8. Satisfação

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Charlotte assentiu, ainda sentindo o peso da situação em seus ombros, mas também reconfortada pelas palavras de Genevieve. Ela sabia que a duquesa estava certa; não poderia permitir que as circunstâncias ditassem seu futuro.

Edward, por sua vez, não pôde deixar de sentir uma pontada de alívio ao ver Peter partir. No entanto, a ansiedade persistia. Ele sabia que, para conquistar o coração de Charlotte, precisaria ser mais do que apenas um amigo e anfitrião gentil.

— Charlotte — disse Edward, aproximando-se dela enquanto Genevieve se recostava em sua cadeira, observando a interação com interesse. — Sei que deve estar cansada depois de uma manhã tão... intensa. Se desejar, posso lhe mostrar os jardins. Eles estão particularmente belos nesta época do ano.

Charlotte sorriu, grata pela tentativa de aliviar a tensão.

— Ficarei feliz em vê-los, Edward. Um pouco de ar fresco fará bem.

Genevieve os observou com um olhar sagaz, mas disse apenas:

— Aproveitem o passeio, meus queridos. Tenho certeza de que será revigorante para ambos.

Edward ofereceu o braço a Charlotte, e juntos caminharam até os jardins. O silêncio entre eles era confortável, pontuado apenas pelo som suave de seus passos sobre a grama e o canto distante dos pássaros. O aroma das rosas e o som suave das folhas balançando ao vento criavam uma atmosfera de tranquilidade. Charlotte sentiu seu coração desacelerar, e a tensão em seus ombros começou a diminuir.

— Edward, confesso que a visita de Peter me pegou de surpresa — disse ela, finalmente rompendo o silêncio. — Eu sabia que ele tinha intenções, mas não esperava que fosse tão... impetuoso.

Edward soltou um leve riso, tentando manter o tom descontraído.

— Peter Smith sempre me aparentou ser um homem direto. No entanto, acredito que sua abordagem foi um tanto precipitada. Ele não deveria tê-la pressionado dessa forma. Entretanto...— disse com um sorriso travesso no rosto — entendo que as circunstâncias atuais, como a senhorita nas minhas propriedades, o fizeram se sentir ameaçado, me desculpe por isso, não era minha intenção que sua visita fosse tão tumultuada.

— Não tem por que se desculpar, Edward. Você foi gentil e compreensivo. A situação com Peter... bem, ela é complicada.

— Complicada como? — Edward perguntou, seu tom cheio de preocupação genuína.

— Não sei ao certo — confessou Charlotte, com um suspiro. — Peter é um bom homem, e eu sei que ele poderia me oferecer uma vida confortável. Mas não consigo ignorar essa sensação de que algo está faltando. Como se... — ela hesitou, procurando as palavras certas — como se meu coração estivesse em outro lugar, esperando por algo mais. Sei que você já me alertou, e já falou que mereço isso, mas eu tenho minhas responsabilidades com a minha família. 

Edward sentiu um calor inesperado em seu peito ao ouvir isso, mas manteve a expressão neutra.

— Você merece mais do que apenas conforto, Charlotte. Merece amor verdadeiro, aquele que enche a alma e dá sentido à vida. Não se contente com menos do que isso.

Charlotte parou por um momento, olhando diretamente para Edward, seus olhos encontrando os dele com uma intensidade que ele não esperava.

— E você, Edward? Já encontrou esse tipo de amor?

A pergunta o pegou de surpresa, e ele precisou de um momento para considerar sua resposta.

— Quem pode afirmar? Dizem que sempre se sabe quando um amor desses fica diante de nós, mas eu sempre me pergunto, como eu poderia identificá-lo.

Para sempre seu DuqueOnde histórias criam vida. Descubra agora