7. Pedido

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O sol da manhã seguinte brilhou através das janelas da mansão Ellingham, anunciando um novo dia. Edward acordou com um misto de ansiedade e excitação, sabendo que Charlotte chegaria em breve. Ele se vestiu com mais cuidado do que o habitual, algo que ele não poderia deixar de notar com um certo grau de autocrítica.

Ao descer as escadas, encontrou sua mãe já instalada no salão, sua perna repousando sobre uma almofada e um sorriso de pura satisfação no rosto. Genevieve estava rodeada por uma série de damas ansiosas para bajulá-la, todas esperando ganhar um pouco de seu favor.

— Bom dia, mãe — disse Edward, tentando manter o tom leve.

— Bom dia, querido. Está pronto para o grande dia? — respondeu Genevieve, com um olhar cheio de significado.

— O grande dia? — Edward ergueu uma sobrancelha, fingindo desentendimento.

— Ah, Edward, não se faça de tolo. Charlotte chega em breve, e tenho certeza de que será uma experiência agradável para ambos. Agora, seja um bom anfitrião e receba nossa querida convidada adequadamente.

Edward suspirou internamente, mas assentiu, sabendo que argumentar com sua mãe seria inútil. Ele saiu para os jardins, esperando a chegada de Charlotte. O ar fresco da manhã e o som suave dos pássaros ajudaram a acalmar seus nervos. Não demorou muito para que ele avistasse uma carruagem se aproximando pela longa alameda da mansão.

Quando a carruagem parou, Charlotte desceu com uma graça inata, um sorriso nervoso nos lábios. Edward aproximou-se e ofereceu a mão para ajudá-la.

— Bem-vinda a Ellingham, Charlotte — disse ele, tentando transmitir confiança.

— Obrigada, Edward. Espero que minha presença aqui não seja um incômodo — respondeu ela, com um leve sorriso.

— De maneira alguma. Tenho certeza de que minha mãe ficará encantada com sua companhia — assegurou ele.

Ao adentrarem na mansão, logo pode-se ouvir Genevieve saudar alegremente a convidada.

— Charlotte, querida, que bom vê-la! — exclamou Genevieve, assim que avistou a jovem. — Venha, sente-se ao meu lado. Precisamos discutir todos os detalhes de nossa nova rotina.

Edward observou enquanto Charlotte se aproximava de sua mãe, sentando-se graciosamente na cadeira ao lado dela. As duas começaram a conversar animadamente, como velhas amigas. Ele não pôde deixar de sorrir ao ver a facilidade com que Charlotte se adaptava à situação.

No entanto, sua mente estava repleta de perguntas e incertezas. Seria possível que ele estivesse desenvolvendo sentimentos por Charlotte? E se fosse o caso, como ela reagiria? Ele sabia que precisaria de tempo e paciência para descobrir as respostas. Entretanto, o assunto na mesa das senhoras de repente passara a ser interessante.

— Vi que você tem se aproximado muito de Peter Smith...se permite a intromissão de uma velha senhora, que tipo de relação vocês tem? — Genevieve perguntou e logo em seguida mordeu a sua torrada, como se aquele assunto fosse o mais cotidiano possível, e não uma possível sondagens sobre o coração da garota.

Charlotte ao ouvir a pergunta tão direta, se engasgou com o chá em sua boca, e após a crise de tosse, finalmente respondeu.

— Ele iniciou formalmente o cortejo, e declarou sua intenção de se casar. Se tudo correr bem, ele deve pedir minha mão em breve.

— E você aceitará? — a duquesa viúva não pode conter disparar a pergunta, aquilo ia completamente contra o que havia planejado.

— Creio que sim, Phillip Smith é um bom homem, tem posses, pode ajudar a minha família, e está disposto a se casar comigo. Nós mulheres sabemos, que na minha idade não há muito que se esperar do matrimonio, eu ainda posso me considerar uma mulher de muita sorte.

Para sempre seu DuqueOnde histórias criam vida. Descubra agora