DIRTY DIANA.「 max verstappen 」

04

Before.
Diana.

I'm still a believer, but I don't know why
I've never been a natural, all I do is try, try, try
I'm still on that trapeze
I'm still trying everything to keep you looking at me.
mirrorball

🏁

ELA TINHA UM PLANO. Não era qualquer plano. Aquilo que planejava era tão intrépido que poderia espantar o mais audacioso dos homens. Audaciosa era uma de suas boas palavras — um ótimo adjetivo — para descrever Diana Ellen Duarte Maragno.

O plano de Ellen não era incomum para os muitos que estavam envolvidos no ramo do automobilismo.Só era impossível na realidade em que ela se encontrava. E ela faria de tudo para alcançar esse objetivo.

Diana queria ser piloto de Fórmula 1. Não obstante, queria ser campeã mundial. 

A menina que sonhava acordada. Era assim que os seus ex-colegas de kart faziam referência à linda menina no auge de seus trezes anos. Diana não aparentava se abalar com esses tipos de comentários. Nunca se importara com aquilo. Ela sabia que era puramente inveja, ela era um risco para aqueles que não tinham talento nem dedicação. Saiu da órbita com muita facilidade e entrou da mesma maneira em uma missão que era considerada arriscada. Era uma galáxia inabitável para alguns. Para elas, foi o seu lar desde a primeira vez que pisou ali. Tal qual o homem na lua, Diana sentiu-se explorando uma nova forma de vida. A sua própria vida.

A garota nascida de cabelos castanhos e altura invejável era bonita desde sempre, portadora de uma beleza singular. Não singular no sentido de exótica, mas sim na forma em que ela ganharia qualquer concurso de beleza se participasse. Seu rosto outrora poderia ser de uma princesa, há muito tempo perdida no meio da história. Ou então de uma modelo, talvez. Tantas possibilidades que possuía na palma de suas mãos, e escolheu o destino que seus conterrâneos poderiam achar inusitado ou trágico — dependendo do ponto de vista e o quanto pessimista a pessoa seria.

Diana estava fadada a um destino que não havia escolhido para si. Mas passou a gostar quando percebeu que aquilo poderia fazê-la ser imortalizada ainda em vida. Uma antítese que a brasileira acreditava com afinco. Gostava de estudar tanto quanto de pilotar, mas fez uma escolha e concluiu o ensino médio muito mais cedo do que os adolescentes de sua idade. 

Ela era um cometa em ascensão. 

Desde a sua estreia no kart, ainda criança, sua família não era uma das mais ricas que circulavam por ali, apesar de nunca passarem fome. Diana agradecia diariamente por ter seus pais ali, ao seu redor. Sua mãe, Daniela, lhe teve muito nova, e mesmo repetindo que amava a linda criança que gostou por 9 meses, ela sentia-se culpada por ter entrado na vida maternal tão precocemente. Mal havia saído da adolescência quando descobriu que estava grávida de Diana. Daniela tinha 19 anos. 

Daniela e Pedro eram aquele casal típico de comercial de margarina, que mesmo novos, causavam uma inveja naqueles que os viam externamente, longe do relacionamento. A verdade era que ambos eram tão tóxicos que não suportavam mais a convivência. Estavam prestes a se divorciar quando a gravidez foi descoberta. Daniela chorou por três dias. No quarto dia, aceitou que precisava trancar o curso de Letras e aceitava lentamente a constatação do óbvio: seu relacionamento sempre foi fadado ao fracasso. Pedro, o futuro pai de Diana, perguntou se o bebê realmente era seu. A quase ex-mulher lhe deu um tapa, odiando a falta de afeto e a nova desconfiança que surgiu ali. 

Desde então, era um desastre de casal. O relacionamento deles não era perfeito, mas precisavam viver de aparências se quisessem ser bem vistos na sociedade. Seus pais culparam o jovem casal pela falta de maturidade em realizar um matrimônio tão precocemente e uma gravidez indesejada. Foi um verdadeiro inferno nos primeiros anos. E foi muito pior depois. No meio desse fogo cruzado, nasceu Diana. Ela sabia que seus pais só permaneceram juntos porque o tio solteiro de seu pai havia deixado a herança para Pedro, com a condição de que permanecesse casado com Daniela. Era um jogo de interesses muito cruel para envolver uma criança no mesmo. Mesmo assim, ela ficou.