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Arábia Saudita — Jeddah

abril de 2025

Ele definitivamente não tinha ideia de aquilo fosse acontecer. Não havia a menor necessidade de ter. Até aquele momento. 

Max estava ofegante, no meio da madrugada gélida de Jeddah, a temperatura caindo drasticamente ao longo do dia. O holandês acordara de um pesadelo medonho, tentando inutilmente tranquilizar a própria respiração.

Inspire e expire, inspire e expire, inspire e expire…

O loiro repetia na própria mente conturbada o exercício respiratório que aprendeu quando tinha oito anos. Naquela época, entretanto, seu pesadelo era o próprio pai. Hoje, apenas uma memória dolorosa.

Max queria esquecer o sonho ruim que tivera. Mas como faria isso? As imagens estavam tão claras e nítidas. Ele encostou as costas na cabeceira afofada da cama, sentindo o tecido macio contra a própria pele. Reunia um pouco de força para usar o tato, e sentiu o suor escorrendo pelas têmporas, os fios escuros grudando na testa. Abriu os olhos azuis, fitando o quarto escuro.

Ele sonhou com uma batida na pista. Algo muito forte para qualquer piloto, especialmente para um que havia sentido 51G alguns anos antes, sofrendo uma concussão significativa.

Quando fechou os olhos novamente, ele teve mais um deslumbre do pesadelo. 

Max dirigia a 289 km por hora. As curvas não eram nada além de um mero detalhe no campo de visão do holandês, que estava em segundo. Uma volta um pouco angulosa, mas Verstappen sabia como lidar com isso, havia treinado várias vezes no simulador. 

A experiência era uma benção naquele momento. Ele era o leão buscando a sua presa. 

Diana Maragno estava aumentando cada vez mais a distância entre o carro austríaco e ela. O intervalo era de cruéis treze segundos, sem chance de Verstappen abrir asa móvel. O holandês estava longe demais, mas era apenas uma questão de tempo até que os pneus da Ferrari se desgastassem por completo.

Em questão de minutos, o carro número 1 era visto no mesmo espaço que seu carro 28. Max sabia que Diana estava tendo dificuldades em administrar o desgaste dos pneus, o engenheiro errou na estratégia. Nenhum jogo de pneus médios estava disponível. Ela iria perder por incompetência alheia.

Verstappen estava acostumado com isso, só precisava acabar com o minúsculo intervalo que ainda era nítido. Ele venceria a corrida que fora sempre sua. Marcou a pole no dia anterior, e não seria a novata da escuderia italiana que arruinaria isso. O holandês sorriu, encoberto pelo capacete e balaclava, ninguém nunca saberia desse gesto.

Max se aproximou finalmente, ambos os carros passando pela mesma curva, os dois pilotos com plena consciência da plateia histérica na arquibancada, bradando bênçãos e maldições para eles. O exército laranja e o vermelho escarlate lado a lado. 

Houve um segundo em que todos prenderam a respiração. Nenhum som além do compasso regular dos corações e os motores robustos na pista. Diana estava quase se livrando das garras azuis, um leve toque com Max provocou algo dentro de si. Ela pensava que estava colocando ele novamente para trás.

Então, aconteceu. Um piscar de olhos mudou tudo.

Diana bateu forte.

Max viu tudo acontecer diante de seus olhos, uma câmera lenta aprisionando a própria mente, enjaulando qualquer fera indomável que reside dentro dele.

Ela perdeu o controle do carro, e foi parar além da barreira de pneus, quase invadindo a pista. Um susto tremendo para quem estava presente. 

Ele apenas saiu da pista, o carro rugindo fraco por conta da batida. Assistiu o carro de Diana capotar várias vezes e parar o terror quando ficou preso nas redes de proteção. Redes rasgando pela força exercida. Assoalho do carro desprendendo. O Halo precisava operar um milagre ali.

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⏰ Última atualização: Aug 28 ⏰

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DIRTY DIANA.「 max verstappen 」 Onde histórias criam vida. Descubra agora