Estágio 4: Depressão [Parte 4]

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Volteeeei! 🤗

Sei que demorei e sei que fiz vocês sofrerem um pouco no último capítulo. A verdade é que tive uma semana bem conturbada e pouco tempo pra escrever. Sobre a segunda coisa não tenho desculpa, hihi.

Só queria pedir pra vocês perdoarem qualquer erro porque não pude revisar muito bem e votarem e comentarem bastante pra eu saber se estão gostando.

Ah, só mais uma coisinha. Esse capítulo aqui tá BEM INTENSO, então segurem os corações.



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Pedro



— Eu prometo que essa vai ser a última vez — Ulisses me dizia, com a mesma cara de pau de sempre — eu vou pegar a grana, pagar quem eu devo e sumir do mapa.

— Você já disse isso antes.

— Puxa, cara, eu sou um fisioterapeuta renomado. Eu posso recomeçar em qualquer outro lugar. O problema é que não dá pra fazer isso morto. Os caras que eu devo estão atrás de mim.

— Tá bom, tá bom — cedi mais uma vez — mas só dessa vez e aí você deixa a gente em paz. Eu não quero a Natália perto de você.

— Mas a Carol tudo bem? — ele bufou indignado, como se tivesse algum direito de agir como tal.

— A Carol também vai embora. A diferença é que ela não tá me ameaçando pra isso.

— Talvez por que, não sei — ele fingiu pensar — ela tá tendo um caso com a sua irmã.

— Eu sei disso. Não chamaria de caso, elas não tentaram esconder nada.

— Então você aprova essa palhaçada? — ele cruzou os braços.

— Não é da sua conta o que eu aprovo ou não. Se é dinheiro que você quer então pegue e suma. Esse assunto tem que morrer o quanto antes.

— Nossa, não tá mais aqui quem falou — ele levantou as mãos em escárnio disfarçado como um falso sinal de paz.

— Fica aqui, eu vou fazer o cheque.

Subi as escadas em direção ao meu escritório, pedindo a todos os deuses existentes para que aquela fosse a última vez que eu teria que ver Ulisses.

Vinte mil reais. 

Era essa a "bagatela" que de acordo com ele resolveria sua vida e consequentemente a minha também. Achei que depois da morte de Bruno não haveria mais ninguém me ameaçando por um dinheiro que eu nunca pedi para ter e que sempre me trouxe mais dores de cabeça do que alegrias, mas pelo visto esta parecia ser a minha sina. A sensação fazia com que eu me sentisse um pouco mais impotente do que quando era com meu irmão. Porém, junto de Taís, o amor da minha vida, a minha irmã era a pessoa mais importante para mim e eu faria de tudo para mantê-la bem, salva, sã e segura.

Eu sabia que ela tinha a mania de usar seu humor ácido e seu caráter impetuoso  para fingir que nada a afetava, mas sempre soube que não era bem assim. Lembro vividamente da minha adolescência, quando ela e Bruno eram apenas crianças. Na frente dele, ela brigava e esbravejava, mas depois eu sempre a encontrava num canto da casa, escondida e amuada, chorando sobre as polaroides dela que ele havia rasgado em mil pedaços. Eles eram parecidos, mas ao mesmo tempo completamente diferentes. Todos os viam como uma dupla inseparável, mas eu sabia que, na verdade, eram dois opostos extremos. O que faltava em Bruno, transbordava em Natália. E eu sabia que toda aquela confusão com Carol a destruiria.

Os Cinco Estágios do Luto - NarolOnde histórias criam vida. Descubra agora