Estágio 1: Negação

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Olá! Estou de volta! 🤗

Gostaria de agradecer muitíssimo a quem comentou e favoritou o prólogo, me dando mais ânimo ainda pra seguir com a história. Vocês são uns amores. 🫶

Quero me desculpar pela capa que fiz em boa qualidade mas por algum motivo o Wattpad deixou com 2 pixels. Vou ter que deixar ela assim mesmo. 🫣

Obs: para quem é sensível, tem menção a pensamentos suicí***

Não sei o que pensar desse capítulo não, mas espero que gostem do que vão ler e não deixem de me dizer o que estão achando. ✨

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Natália 

Levei a mulher trêmula até a sala de recreação como Lúcia havia me pedido. Não podia deixar de me compadecer pela situação dela. Eu sempre acreditei que a pena era o pior sentimento que se podia sentir por alguém mas depois de quase um ano no grupo, já havia visto muitas Carolinas irem e virem e esse sentimento se tornou mais familiar pra mim do que eu gostaria de admitir. A maioria nunca voltava, provavelmente porque não acreditavam que falar sobre a dor da perda poderia curá-las e de fato estavam certas. Mas a verdade é que sua experiência ali estava sendo de suma importância para lidar com a morte repentina do irmão. Ouvir sobre a perda do outro não passava uma borracha em nada mas ficava mais fácil lidar com aquele aperto no peito quando você percebe que alguém também o sente, da mesma forma, ou de formas diferentes .

Quando você percebe que não está enlouquecendo, ou que sua dor não é um exagero da sua mente, porque vê que o caminho do outro é parecido com o seu. A dor pode se tornar tolerável.

Apesar de estar sempre ali.

Ela nunca vai embora.

— Ei, calma! — falei baixinho, como se tivesse medo de assustá-la quando percebi que ela estava começando a soluçar. 

Então sem saber o que fazer a abracei.

— Me desculpa! — Ela me abraçou de volta, forte e intensamente e eu pude sentir suas lágrimas molhando minha blusa enquanto ela fungava e seguia sussurrando desculpas uma atrás da outra.

Era normal se sentir constrangido quando se via tão vulnerável nos braços de uma completa estranha. Pelo menos foi o que eu pensei na hora e continuei tentando acalmá-la enquanto esfregava as mãos nas suas costas.

Usualmente eu não sou a melhor pessoa do mundo para confortar ninguém. Sei que não tenho muito tato social e sempre tenho medo de dizer a coisa errada em situações como essa e acabar machucando mais ainda alguém que já está sofrendo. 

No entanto, algo nessa mulher ressoava diferente em mim. Eu simplesmente a havia abraçado como se soubesse exatamente o que fazer.

Quando finalmente ela se estabilizou, se afastando de mim, envergonhada, pude prestar mais atenção nela. O nariz arrebitado e as bochechas estavam vermelhos pelo choro. Os olhos por debaixo dos óculos estavam um pouco inchados, mas isso não me impediu de prestar atenção nas íris claras. Elas eram verdes? Azuis? Queria me aproximar mais pra poder tirar minha conclusão, mas freei o impulso.

— Você deve me achar uma barata tonta agora, né? — ela riu sem graça, chamando minha atenção.

— Não, que isso! Imagina! — tentei amenizar com um gesto com as mãos — eu também já passei por essa fase, não precisa se culpar nem nada. Afinal é pra isso que o grupo serve.

Os Cinco Estágios do Luto - NarolOnde histórias criam vida. Descubra agora