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"Querido pai
Acredito que retornar aos Estados Unidos seria um retrocesso na minha vida acadêmica, já tenho pesquisas prontas e projetos em andamento por aqui, só preciso da admissão da universidade de Roma para prosseguir, e, além disso, se eu retornar, então o seu investimento não terá valido a pena, em todos os sentidos.
Por favor, considere me manter na Europa por mais alguns meses, eu garanto que meus resultados vão ser positivos
Ass: Lilian Weinberg."
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"Querida filha
Foda-se. Não gasto mais nem um dólar com as suas tolices
Ass: Sid Weinberg."
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O sol da Califórnia me importunava como uma criança chorando contra os meus olhos. O calor vibrava nas feições veranescas da paisagem da cidade. Casas coloridas, areia na calçada, flores brotando entre as rachaduras no concreto. Estávamos cruzando a vizinhança da estrada da praia, pois o motorista do táxi que tomei no aeroporto me achara deveras européia, e me arrastou para um passeio pela cidade.
Não recusei por mera preguiça de tecer conversa, e também porque não queria chegar tão cedo até a casa que seria meu lar nesse país infernal.
Odeio este lugar. Não por ser o lugar onde perdi minha mãe, ou onde enfrentei os maiores traumas que uma garota de sete anos pode enfrentar. Odeio-o pessoalmente pelo horrível clima alegre que contamina tudo, uma alegria infinita, impregnada em todos os que vivem aqui, em suas peles bronzeadas, seus cabelos ao vento, seus carros e jogos idiotas na areia.
Odeio que eu não consiga ver toda essa alegria pois tudo o que me restou nessa cidade foram memórias e fantasmas, e pesadelos horríveis.
Lembro-me com saudade de horas atrás, quando estava em frente ao espelho do banheiro do aeroporto de Berlim. Vestia o mesmo sobretudo preto grosso de agora, camisa preta, meus olhos tristes, cabelos escuros presos num coque. Observei ali, por minutos, o meu próprio reflexo cinzento e sem maquiagem, vivendo o luto de retornar aos Estados Unidos, e não ir à Roma, como desejei tanto.
Mas aqui estou, e o vento que sopra em meu rosto é o que vem do Pacífico Norte, e não do deserto do Saara.
- Seu bairro é uma vizinhança muito apresentável. Acho que já conheceu o bastante, vou levá-la para lá -o homem, provavelmente mexicano, anuncia alegre e me lança um olhar pelo retrovisor.
Os minutos passam e o dia corre, não vejo nada de interessante, e tudo cintila. Entramos em um bairro chique, onde o jardim das casas era largo o suficiente para que se construísse outra casa nele. Meu bairro está diferente, mas nem tanto. Não vejo nas garagens os carros que costumava ver na Alemanha, apenas Fords.
Chegamos, e o taxista me ajuda com as malas até a porta de casa, eu pago a corrida e toco a campainha. A porta se abre.
- Laura - cumprimento sem ânimo.
- Lilian! - minha madrasta vocifera com ânimo e entusiasmo, parte para um abraço caloroso, no sentido literal da palavra - Entre! Vou chamar o mordomo para ajudar com a bagagem! -
Eu assinto, e ela recua e desaparece rumando o corredor para a área de serviço.
Ultrapasso a enorme porta de madeira da entrada, ouvindo barulho emborrachado de meus tênis all star contra o chão reluzente de mármore do hall. Meus olhos vagueiam nos quadros sem graça da parede, pelos móveis de madeira brancos, e pelo lustre suntuoso pendurado no teto da casa. Meu pai tem um péssimo gosto.
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- BULLETPROOF. (young johnny lawrence)
Fanfiction"Estive lá, fiz isso, vadiei por aí Eu estou me divertindo, não me deixe pra baixo Eu nunca vou deixar você Tirar meus pés do chão" Lawrence sempre foi um garotinho medíocre, e meio medroso, dizia bobagens e me perturbava, mas não tinha coragem de c...