A Terra Depois de Nós

13 - Blocos de Escadas.

Lisa.

Logo depois do governo se pronunciar nas televisão, percebi que as ruas se tornaram mais agitadas. As pessoas começaram a furtar supermercados e tudo que poderiam precisar, estavam se tornando rebeldes, cada uma querendo garantir a sua sobrevivência. Não se passou nem dois dias que tudo começou, e a terra não é mais a mesma.

- Ravih está falando no grupo, para ficarmos juntos em uma casa. - Sarah comenta.

- Acho que seria bom, mas como vamos sair daqui?

- O desafio está em chegar lá, os mortos estão nas ruas. - eu levanto da cama e olho pela janela, vejo alguns prédios. - E se não formos cautelosos...

- Precisamos de um plano. - murmurei.

- Miguel está com o carro. - Sarah rebateu, lendo as conversas no celular. - mas vamos pra onde?

- O apartamento da familia dele, seria um refugio bom. - digo.

Sarah assentiu, pensativa. O medo estava estampado em nossos rostos, mas a determinação também. Não éramos rebeldes, apenas sobreviventes. E, juntos, enfrentaremos os mortos, já perdi as esperança em tudo voltar como era antes, Arthur não vai voltar, Minha irmã não vai voltar.

- Vou fazer alguma coisa pra comer. - a garota levanta e caminha até a porta

- Correr de mortos vivos me deu fome também. - nos olhamos e rimos.

Descemos para a cozinha e começamos a preparar algo.

- Eu não teria sobrevivido sem você.

- É verdade. - sorriu.

- E o que está preparando hoje? - Eu costumava perguntar isso pra minha irmã, ela fazia lanches incríveis.

- Meu amor...- ela puxa o ar antes de continuar. - temos essa carne. Não sei de quê que é

- Melhor do que nada. - retruco rindo.

- Minha mãe é quem faz a comida aqui em casa. - Sarah diz, com um tom triste enquanto descasca uma cebola.

- Ela deve estar se alimentando melhor que a gente, Já que você quem está cozinha. - Rimos alto.

por um momento tinha esquecido do que presenciamos nas últimas horas, o sangue, as mortes e principalmente o medo. Pois no meio de todo o caos, estávamos tendo conforto uma na outra.

Pego meu celular e vejo que o grupo no whatsapp está lotado de mensagens. Entro em outra conversa e ainda não tem nenhuma mensagem do meu pai. Nem mesmo visualização das que eu enviei.

- Miguel disse no grupo que daqui uma hora está aqui.

- Vamos pro apartamento dele! - Sarah afirmou, me dando um dos pratos que estavam na sua mão.

Miguel era o mais bem afortunado de todos nós, tinha um carro, um apartamento enorme. Tudo graças a sua mãe que era cientista, se eu não me engano ela estuda vírus e suas origens. Pensando bem, talvez ela ajude a achar uma cura pros zumbis, talvez ela possa nos ajudar...ou talvez não.

[...]

Sarah separou algumas coisas básicas que poderia precisar, eu apenas observei já que não estava na minha casa e nem tinha nada meu aqui. Ela tinha pegado uma das facas na cozinha e colocado na cintura, oro pra que ela não precise usar.

- Toma, troca de camisa. - Sarah jogou uma camiseta vermelha, ela estava limpa, menos mal.

- Obrigada! - olho pra camisa cinza que estava no corpo, ela estava imunda, acho que até catarro tinha nela.