Capítulo 10 - Luz, Câmera, Ação!

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"Luzes, câmera, vadia sorria
até mesmo quando você quer morrer."

Isabel

Na terça-feira, comecei a perceber o impacto real de tudo o que estava acontecendo. As pessoas eram atraídas ao redor de Pietro como os insetos iam em direção a luz, elas o parabenizavam e queriam saber detalhes sobre a briga com Antônio e sua entrada no time de basquete. Durante a aula de matemática, focamos no nosso trabalho experimental que estava quase no fim.

— Finalmente, Isabel. Acho que encontramos a solução — disse Pietro, sorrindo para mim enquanto anotava os últimos cálculos.

— Nem acredito, Pietro. Depois de tantas tentativas, conseguimos! — respondi, sentindo um alívio imenso.

Na quarta-feira, finalizamos o trabalho de matemática. Pietro e eu éramos oficialmente uma dupla durante as aulas de matemática pelo resto do ano. Ele sorriu para mim, e por um momento, todo o caos ao nosso redor pareceu desaparecer. No entanto, a popularidade crescente de Pietro também trouxe alguns desafios. Ele agora usava o casaco dos Raptors, o time de basquete da escola, o que o deixava ainda mais atraente aos olhos das meninas. Camila, uma menina loira, alta, de nariz empinado e olhos verdes, começou a se aproximar cada vez mais dele.

— Oi, Pietro. Você está incrível no time de basquete! Quem sabe podemos treinar juntos um dia? — disse Camila, lançando um olhar sedutor para ele.

Eu não podia evitar sentir uma pontada de ciúmes toda vez que a via rindo das piadas de Pietro.

Na quinta-feira, além das conversas sobre a festa de comemoração dos calouros do time de basquete (o pessoal dessa escola realmente gosta de uma festa) houve as seletivas de teatro. Eu e Mônica decidimos participar, e a ansiedade era enorme.

— Você está pronta? — perguntei a Monica enquanto esperávamos nossa vez nos bastidores.

— Pronta? Não sei. Nervosa? Com certeza! — ela respondeu, tentando disfarçar o nervosismo com um sorriso.

Decidimos durante a semana que seria legal sair um pouco da nossa zona de conforto e livros para tentar algo novo, e o clube de teatro nos pareceu uma boa escolha, então entramos nessa com vontade.

Finalmente, nosso nome foi chamado. Entramos no palco de mãos dadas, tentando passar confiança uma para a outra. Escolhemos uma cena dramática de uma peça clássica.

"Vamos lá, Isabel. Concentre-se e respire fundo", pensei comigo mesma.

A cena começou, e logo mergulhamos nos nossos papéis. Eu sentia cada palavra, cada emoção. Era como se estivéssemos vivendo aquilo de verdade. O mundo fora do palco deixou de existir, e só havia nós duas e o poder das palavras. A intensidade do momento era avassaladora.

— Você não entende, Isabel! Eu preciso fazer isso por mim! —disse Mônica, sua voz carregada de emoção, e seus grandes olhos verdes marejados brilhavam.

— Mas e nós? O que vai acontecer com a nossa amizade? — respondi, deixando as lágrimas brotarem naturalmente.

Quando terminamos, o silêncio no auditório foi quebrado por aplausos entusiasmados. Os jurados conversaram entre si por um momento antes de nos chamar de volta ao palco.

— Vocês foram incríveis! — disse um dos jurados, sorrindo. —Bem-vindas ao grupo de teatro. —

Eu mal podia acreditar.
— Isabel, nós fomos aceitas! — gritou Mônica, me abraçando forte.

— Não acredito! Finalmente uma boa notícia! —respondi, rindo e sentindo um alívio tomar conta de mim. Fazer parte do grupo de teatro da escola era uma nova etapa emocionante na nossa vida.

Reflections - Isabel e PietroOnde histórias criam vida. Descubra agora