Capítulo 5

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Durante o fim de semana, eu pensei que a raiva tivesse passado, e tudo bem que ele tenha esquecido de pedir desculpas

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Durante o fim de semana, eu pensei que a raiva tivesse passado, e tudo bem que ele tenha esquecido de pedir desculpas. Nós dois estávamos assustados e irritados, nos atacamos à toa. Porém, foi só chegar no colégio que a certeza morreu. 

John esqueceu de falar comigo, mas estava super engajado em uma conversa com Katy. Ela parecia uma criança na Disney, encantada com a atenção do Sr. Cuzão. E eu queria arrancar a cabeça dos dois, entretanto, escândalos não eram a minha praia. As pessoas já estavam comentando sobre o surto da festa. 

Apenas abri o meu armário e peguei as coisas que usaria. Ao virar, olhos sombrios me encaravam, sem qualquer animação. 

— Oi.  

Saltei, assustada. Ethan surgiu do além outra vez. 

— Qual é a tua?! — Rosnei entre dentes. 

A peste sorriu, encostando a mão ao lado da minha cabeça. Parecíamos um casal. Lhe dei o benefício da dúvida, para evitar dar um soco. 

— O que está fazendo? 

— Te ajudando. — Respondeu, cortante. — Mas nem ouse pensar que sinto atração por você, tenho bom gosto. 

Até ficaria ofendida, mas seria hipocrisia, pois o considerava um bizarrão. Ainda assim, a proximidade era esquisita;  nossa maior interação foi na lanchonete, e porque ele forçou presença. Ao passar da hora, sentei em um banco afastado e o espírito obsessor veio junto — acabei comprando dois milk-shakes. Definitivamente não existia nenhuma razão para decidir me ajudar, aliás, que espécie de ajuda era aquela? Iriam fofocar e me xingar. 

Antes que expressasse o meu incômodo, ouvimos a voz do babaca. 

— Que porra é essa, Hannah?! 

Lancaster lambeu os lábios, encarnando o personagem — sem me tocar. 

— Tô dando a atenção que ela precisa. — Falou, divertido. — Deveria lamber o chão que essa garota pisa, cara, você não é grande coisa; para falar a verdade, é feinho. Mas só damos valor quando perdemos, né? Trágico!

Quase ri, lembrando do Sr. Omar. 

As íris claras e ferinas do John miraram as minhas. Ele estava fervendo, prestes a entrar em combustão, e senti prazer ao constatar isso. Podia ser escrota às vezes. 

— Você me traiu ou está provocando? 

Ignorei, inexpressiva. 

— Um homem decente não deixaria a namorada ir sozinha para casa. 

Alguém me tire daqui, por favor!

O meu... sei lá, acho, reagiu feito um bicho doido e segurou o garoto pelo colarinho, jogando-o contra os armários. Já haviam estudantes assistindo a possível briga, mas foi nesse momento que todos demonstraram interesse genuíno. Clara Teller, a filha certinha do xerife, foi uma das poucas que preferiu ir para a aula. Logo o diretor Becker viria bancar o juiz incorruptível e nos levaria à direção, onde daria uma suspensão somente ao ''problemático''.

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