FLASHBACK

8 2 2
                                    

Dia 8, quase cinco anos atrás

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Dia 8, quase cinco anos atrás...

— E você gostou? — June questiona, após a notícia bombástica do meu primeiro beijo. 

Já estava achando que nunca iria acontecer. Não que eu seja feia ou burra, e os garotos nem ligam pra isso porque, como a Ju diz, são uns idiotas, mas é difícil beijar quando a timidez nem te deixa falar direito. 

— Muito! — Dou pulinhos. — Ele foi respeitoso e não saiu espalhando. 

— Valoriza esse garoto. 

Sorrio, só pisando depois das linhas da calçada, girando um pouco para balançar o vestido novo que papai me deu, uma horas atrás. O beijo realmente melhorou o meu dia. Acho que estou apaixonada pelo Brody! Mas deve ser esquisito contar isso ao menino, um dia depois. E o Declan, meu irmão mais velho, não gosta do meu... ficante? Está resmungando desde que saímos de casa. Mas a opinião dele e do nosso pai não contam. 

— O mercado tá cheio. 

Nós duas suspiramos junto com ele. 

— A gente vai morar aí. 

— Por sua causa. — Ele brinca, envolvendo a cintura dela. — Eu ficaria sem bolo de chocolate numa boa. 

— Você é um preguiçoso! 

Daí eles se beijam, como nas outras vezes. Eles estão noivos e grávidos há um mês e pouco, e mais grudados que pulga no cachorro há 6 anos. Vão dar um almoço amanhã, mas só ela está realmente empenhada. Dec é um maconheiro muito comilão e sonolento, então o chamamos de Garfield às vezes. 

O gato não fuma maconha, porém, a moleza e a larica… é, deu pra entender. 

Enfim, entramos no mercado e vamos cada um para um lado — eles vão se encontrar em algum corredor, tipo a Daphne e o Fred quando separam a turma do Scooby Doo. 

— Moço, pode pegar o granulado no alto da prateleira? 

O repositor, Mitt, sorri e me entrega o pote. Eu agradeço e saio. 

E é nessa hora que o pânico generalizado surge. 

Dois homens armados estão dentro do mercado, eles usam balaclavas pretas e cada um segura uma arma enorme, aterrorizante. Eu não sei o que fazer, nem se posso fazer algo, e o desespero me faz andar para trás, devagarzinho e sem fazer barulhos. Me escondo atrás de uma pilha de latas. Meus olhos estão focados lá na frente, onde a June e o Declan estão. Eu vejo o meu irmão como um super herói, mas não acredito que consiga fazer algo diante de uma coisona perigosa daquelas. 

— Quero o meu pai... — Sussurro, com um bico. 

Os monstros atiram entre as pessoa, para causar medo, e o silêncio sepulcral preenche o lugar. Até a minha cunhada grunhir, tocando a barriga. Dá para ver o sangue manchando a saia branca que usa, escorrendo pelas suas pernas e pingando sobre o chão. 

Amados destroçosOnde histórias criam vida. Descubra agora