Capítulo 20

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É claro que aparecer machucado geraria perguntas, então optei pelo simples: disse a verdade (você esperou uma mentira, estou certo?) e deixei ela decidir se queria sair, pois nenhuma garota quer namorar um cara agressivo

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É claro que aparecer machucado geraria perguntas, então optei pelo simples: disse a verdade (você esperou uma mentira, estou certo?) e deixei ela decidir se queria sair, pois nenhuma garota quer namorar um cara agressivo. Felizmente, Hannah ponderou por uns minutos e determinou que o John merecia apanhar, inclusive, lamentou não ter assistido. Achava seu espírito rancoroso um pouco sexy. 

Essa história ''perdoar e esquecer'' é a maior ladainha. 

Provocante e engraçadinha como só ela sabia ser, ficou me chamando de macho alfa e repetindo que iria esperar na torre por mim, seu cavalheiro de armadura brilhante. Uma hora a brincadeira tirou a minha paciência — seus dedos me alisando eram torturantes —, então guardei segredo sobre onde faríamos nosso piquenique. 

— Mase, eu quero saber. — Resmungou de novo. 

— Daqui dois minutos. — Repeti, igual há dois minutos. 

Da casa dela até o local levava quase uma hora, mas como tudo em Lockel era pertinho, qualquer distância um pouco maior já se tornava imensa. Eu também estava dirigindo mais devagar, para irritá-la. 

— Você está sendo cruel. — Fez um biquinho. — Me diz logo onde vamos, por favor. 

Senti um arrepio atravessar a minha espinha. 

— Não repita isso. 

Ela juntou as sobrancelhas.

— O quê? Por favor?

Outro arrepio.

Em algum momento da evoluçao humana, as mulheres perceberam que falar aquelas palavras malditas lhes dava total autoridade sobre os homens. Quem seria o louco que não sentiria um calor infernal subindo pelo corpo, após sua mulher fazer um pedido daquele jeito? Não eram exatamente as palavras, mas o tom. 

Era uma espécie de canto. Certeza que os marinheiros eram atraídos por ele, alheios ao perigo envolto a mulher com calda sentada na pedra. 

— Chegamos. — Suspirei, aliviado. 

O olhar inquisidor dela começara a me perturbar. 

— Você me trouxe a... — Abriu a boca, observando a fachada antiga. — Igreja?

— Trouxe. 

Nem tentei explicar, apenas peguei a cesta e a puxei pela mão. Atravessamos o pequeno portão, entrando no terreno dos fundos, que era enorme e assustador durante a noite. 

Ela se soltou, cruzando os braços. 

— Por que me trouxe aqui? E desde quando é um invasor de igrejas?

Sorri, estendendo a tolha sobre a grama. Gostava de vê-la bravinha, embora fosse apenas fogo de palha, porque logo ela ria e perdia a pose. 

— Linda, não é invasão se o portão está aberto. — Dei de ombros, tirando as coisas da cesta. — E te trouxe porque quero fazer amor sob as estrelas. 

Amados destroçosOnde histórias criam vida. Descubra agora