Capítulo 18

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Cheguei na frente de casa parecendo o Tom, nos episódios que se apaixona pela gata esnobe da outra casa

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Cheguei na frente de casa parecendo o Tom, nos episódios que se apaixona pela gata esnobe da outra casa. Só faltaram os corações cobrindo os olhos e a levitação. Eu não parava de pensar na Hannah, em todos os ângulos possíveis. Saber que ela era minha me acalmava, mas também sentia medo de não suprir suas expectativas, então foi ótimo esclarecer as coisas e passar horas juntinho. 

Eu era um idiota apaixonado de marca maior. 

Talvez fundasse um clube. 

— Oi, filho. — Meus pais disseram em uníssono, assim que pisei no carpete.

Infelizmente, alegria de idiota dura pouco. 

— Boa noite. — Fechei a porta. — Vamos conversar agora?

Eles trocaram um olhar que somente os dois entendiam, me permiti contemplar a ideia de que poderia ter isso com ela um dia, se tivesse sorte. 

— Antes de começarmos, responda a uma pergunta. Tenha em mente que a resposta é muito importante. — Mamãe falou, incisiva. — Você realmente gosta dela, ao ponto de querer construir uma relação verdadeira e a longo prazo?

Pensei uns segundos antes de responder, mas não porque tinha dúvidas, e sim por medo. Ainda não admitira a profundidade dos meus sentimentos, embora fosse óbvio. Hannah me considerava um ''quase'', enquanto eu desejava ser uma certeza visceral e imutável. Como explicar isso aos pais?

Balancei a cabeça sob o olhar analítico deles. 

— Olha, é estranho, mas eu sou louco por ela. — Cocei a nuca. — Eu sei e vocês também sabem que o John nunca iria valorizá-la, então, por favor, não transformem o meu relacionamento numa briga desnecessária. Com certeza não penso em desistir dela, muito menos por causa dele. 

Ser sincero me fez bem. 

Portanto, indaguei o que eu tanto desejava saber:

— Aliás, onde ele tá? Sempre fica perto, só para atazanar. 

Meu pai pôs a mão na testa, resignado. Gostaria que ele fizesse mais, se impusesse e demonstrasse que se importava. Minha mãe dava conta do recado, mas eles eram uma dupla e ela não deveria precisar lidar com tudo sozinha. 

— Pai, diz alguma coisa. — Pedi. 

Ele uniu as sobrancelhas e apertou os lábios. 

— O quê?

Segurei o ímpeto de revirar os olhos, frustrado e indignado. Mas expliquei.

— Sei que o senhor se importa com a gente, e o seu amor e devoção pela mamãe são admiráveis e servem de exemplo pra mim, mas quando fica quieto aí e deixa ela se virar sozinha, é o mesmo que se abster em uma votação. Eu, seu filho, preciso que você fale a sua opinião, utilizando palavras claras e precisas. 

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