Uma Chance Para Amar

C a p í t u l o • |14|



Anne

Era uma manhã bem agradável, eu estava um tanto preocupada e havia algo me dizendo que nada estava bem na minha vida. Nora voltava de viagem hoje, e estava feliz por recebe-la novamente, era chato me sentir só, olhei meu celular e não havia nenhum sinal de James, fazia uma semana que ele não mandava mensagens. Procurei não invadir tanto seu espaço, mas me chateava ele não me procurar, queria saber como ele estava, se estava bem e se voltou bem de viagem, mas não havia nada. Nora chegou bem na hora que eu retirava minha lasanha a lá microondas e colocava na mesa. Ela abriu um sorriso caloroso para mim enquanto eu mostrava surpresa em vê-la, corri para abraça-la.

— Quantas saudades! — disse animada, no entanto, eu estava desanimada mas feliz em vê-la.

— Pensei que só chegaria amanhã. — comentei.

— Ah, estava com saudades de casa. — replicou, mas ao se afastar olhou para o meu rosto e praticamente me conhecia. — Como está o James?

Dei de ombros.

— Tem uns dias que não estamos nos falando. — confesso. — E não sei nem porquê.

Ela deixou a mala em um canto do hall de seu apartamento e tirou os sapatos. Respirou fundo e ajeitou suas madeixas, caminhou até a mesa e se serviu de um pouco de lasanha e foi ao seu armário pegar uma vinho suave para acompanhar o que seria um café da manhã. Sentei-me ao seu lado, mas não sabia se queria mergulhar a fundo nesse assunto ou se queria ouvir o que Nora tinha para falar.

— Ainda não contou sobre sua gravidez, suponho. — disse ela.

— Nora, de qualquer forma eu teria de me afastar mesmo, então... — comentou de cabeça baixa.

— Você perguntou a ele se é isso o que ele quer? Você ao menos sabe como ele se sente sobre isso? Será que não é infantilidade sua? Vai esperar que outra pessoa conte ao invés de você? Você não acha que ele tem o direito de saber? — disparou e eu fiquei a encarando como se suas palavras me atingissem profundamente, mas eu tinha medo.

Nora largou o garfo e bebericou sua taça de vinho e esperou que eu respondesse.

— Ele vai se afastar de qualquer jeito. — murmuro.

— Você não sabe disso. — replicou, na mesma hora seu celular tocou e ela o tirou do bolso e franziu as sobrancelhas. — Seu pai, estranho, só um minuto...

Fiquei brincando com minha parte da lasanha e entristecida sem estar ao lado do meu protetor. Lembrei-me de suas promessas que me fizeram me sentir segura e protegida, foi um momento de uma compreensão profunda, mas o medo ainda persistia, já fui abandonada uma vez por Josh e pela minha família e se ele me abandonar, o que faria? Era muitos questionamentos para uma insegurança só. Quando Nora voltou parecia que estava enfrentando um búfalo, pois pareceu bastante furiosa.

— O que ele queria dessa vez? — perguntei, baixinho.

— Perguntou se mandamos alguém lá para uma investigação. — disse ela, furiosa. — Seu pai tem minhocas no lugar do cérebro!

Olhei para ela, parecia que estava arrependida de ter voltado.

— E quem poderia ter sido? — perguntei confusa

Meu celular tocou e fui verificar, era um número desconhecido, mas tinha a linha telefônica de Raleigh. Seria meu pai? Atendi ao quinto toque.

— Alô? — disse, Nora e eu nos olhamos, esperando saber quem era, coloquei no viva-voz.

— Olha atendeu outra vez — disse a voz masculina que sabia que era de Josh. —, olha o que vocês estão fazendo comigo vai ter volta...

Franziu as sobrancelhas.