C a p í t u l o • |9|

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Eu esperava naquele pequeno sofá desconfortável, um tanto conhecido por mim

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Eu esperava naquele pequeno sofá desconfortável, um tanto conhecido por mim. Nora e meu pai discutiam acirradamente sobre o que estava acontecendo comigo, ele sempre alegava que não tinha mais nada a ver com isso e que eu procurasse meus direitos. Nora sempre contra argumentava o que ele dizia, mamãe parecia depressiva e sem esperanças enquanto assistia eles discutirem. Definitivamente, eu achava que não havia necessidade de virmos a Raleigh confrontar o meu pai. Mas Nora era cabeça dura e determinada. Eles gesticulavam como dois lutadores de MMA.

Esfreguei meu rosto temendo pelo pior e achei melhor intervir antes que fosse tarde demais. Levantei-me e caminhei devagar até Nora. Mamãe me observava calada, mas sabia que ela estava pensando que não era uma boa ideia me aproximar. Nora girou furiosa e cruzou os braços diante do peito.

— Você além de ser um completo covarde não consegue enxergar este grande problema? — gritou furiosa.

— Eu já lhe disse, essa putrefação não é minha filha! Se ela está com problemas que procure as autoridades! — gritou de volta.

— Você sabe que será acusado também? — perguntou como se esperasse que alguma coisa surtisse efeito neste homem de nenhuma fé ou misericórdia.

Ele riu com desdém.

— Do que eu poderia ser acusado?

— Negligência paterna e abandono afetivo! — vociferou.

Ele riu.

— Se ela fosse minha filha, talvez eu estivesse com medo da punição divina, não dos homens. — encerrou a conversa saindo pelos fundos da casa, deixando Nora em choque. Sabia que ela havia escutado a mesma frase quando fora expulsa da casa dos seus pais.

Ela permaneceu em choque e minha mãe caminhou para pegar um copo de água. Meu coração se apertou quando me aproximei.

— Eu falei que não era uma boa ideia. — murmurei.

— Annelise não é hora para isso. — disse minha mãe. — Não sabemos quem está mandando mensagens, porém você sabe que não deveria ter vindo aqui.

A encarei com frieza.

— Estamos indo, e avise-o que os papéis já foram assinados. Também não quero nada que tenha a ver com vocês! — exclamei com a voz um pouco alterada.

Minha mãe me olhou surpresa por meu atrevimento.

— Como ousa aumentar sua voz para mim? — perguntou, incrédula.

— A partir do momento que não faço mais parte de sua família, não preciso medir palavras para falar com uma ignorante medrosa como você! — vociferei com raiva.

Nora segurou minha mão e tratamos de sair dessa casa medíocre. Pela sua cara fechada e furiosa, sabia que ela não havia conseguido exatamente o que veio buscar aqui. Enquanto caminhávamos às pressas de volta ao hotel, ela decidiu que deveria parar em um restaurante local que eu conhecia muito bem — Restaurant Solaris. Nora olhou para a placa gigante que brilhava de um verde exuberantemente em neon e suspirou. Ela devia conhecer esse lugar melhor do que eu, suponho. Segurei sua mão tentando passar-lhes confiança, ela me olhou hesitante mas conseguiu esboçar um sorriso.

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