C a p í t u l o • |1|

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- Como assim você está grávida, Annelise Houtman? - perguntou minha mãe exasperada

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- Como assim você está grávida, Annelise Houtman? - perguntou minha mãe exasperada. Parecia que ela estava vendo um demônio a sua frente e não uma filha em desespero completo.

- Mamãe, eu...- vomitei tudo que havia comido final de semana, ouvi o arquejo de minha mãe.

- Espere seu pai chegar, eu não quero ver isso! - reclamou minha mãe.

Sim, eu tive minha parcela de culpa, mas Josh era o mais culpado, uma semana antes ele havia me colocado dentro daquele carro e me possuído à força. Eu conhecia as diretrizes, não tirava a raiva da minha mãe, mas o mínimo que eu podia querer agora era um pouco de compreensão. Eu não havia contado ainda sobre o que Josh fizera naquele domingo de páscoa. Ah, se eu pudesse voltar no tempo e ouvir o que meus pais diziam, talvez eu não estivesse nessa encrenca.

- Eu não queria que isso estivesse acontecendo comigo, tudo bem? - digo ao me sentar perto do vaso, que virou meu lugar preferido.

Ela riu com desdém de minha cara e pôs sua mão e seu quadril em uma postura rígida.

- Simplesmente essa coisa foi parar no seu ventre através de um milagre, ave Maria? - ironizou.

Lágrimas caíram em minha face, eu não sabia exatamente o que dizer a minha mãe. Meus pais sempre foram taxativos quanto ao ato sexual antes do casamento e filhos. Eles sempre deixaram muito bem explicado todos os cuidados que eu deveria tomar com garotos e eu jurei que teria coragem de enfrentar um se chegasse a hora. Mas eu estava encantada com Josh e não tive forças de enfrenta-lo, de convence-lo a esperar por nosso momento.

Desde então, ele vem me ignorando e andando com gente da pesada. Eu tento me aproximar e ele me trata mal, e agora eu estava nessa situação complicada com meus pais, sentindo-me sozinha e desamparada. Não achei que meus pais pudessem reagir de forma tão negativa, a dor lancinante crescia desesperadamente em meu peito, perdida. Completamente perdida. Minha mãe me olhava com repugnância e desprezo. Isso era mais do que eu podia suportar.

- Não me olhe assim, por favor...- pedi, a voz trêmula e encharcada de choro.

Ela riu sem emoção.

- Não há outro jeito de olhar. - disse friamente.

- Não pedi isso! - choraminguei.

- Quando seu pai chegar, conversamos.

Uns 20 minutos depois, meu pai havia acabado chegar de uma oração na casa dos Preters, sua filha havia adoecido e ele achava que o poder da oração trazia a cura. O que não deixava de ser exagerado. Minha mãe correu para falar ao meu pai o acontecido, pude sentir sua voz reverberando por toda a casa, principalmente sob minha pele. Comecei a me tremer violentamente, minha visão começara a ficar turva após ficar tonta. Meu pai caminhou até o banheiro em passos fundos, deu para ver em sua expressão que ele estava furioso. Ele se apoiou na pia de granito preto e esfregou seu rosto com força.

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