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Clara estava na varanda, de costas para a casa, observando a paisagem isolada do sítio. O sol da manhã mal começava a despontar, banhando o local com uma luz suave e tranquilizadora. Mas sua mente estava longe de qualquer tranquilidade. As palavras de Théo ecoavam em sua cabeça, cada ameaça, cada insulto, e a proposta absurda de voltar para ele. Estava perdida em seus pensamentos, considerando todas as possibilidades e tentando encontrar uma solução.

Sentiu o peso da responsabilidade e da necessidade de proteger Helena e todas as pessoas que amava. O que poderia fazer? Ceder às exigências de Théo era impensável, mas como poderia garantir a segurança de todos?

Nesse momento, Helena, que havia acordado e percebido a ausência de Clara, se aproximou silenciosamente. Sentindo a tensão no ar, Helena envolveu Clara com um abraço carinhoso por trás, trazendo-a de volta ao presente.

- Clara, no que está pensando aí isolada, quietinha, hum? - Helena perguntou, sua voz suave.

Clara se virou devagar, encontrando os olhos de Helena, cheios de preocupação e carinho. Ela suspirou, sentindo o alívio momentâneo de estar nos braços de quem amava.

- Théo mandou uma mensagem... - Clara começou, sua voz trêmula. - Ele fez mais ameaças, Helena. Disse que vai machucar todos que amamos se eu não voltar para ele.

Helena estreitou os olhos...

- Ele está tentando nos intimidar, Clara. Não podemos deixar que isso aconteça. - Helena disse, sua voz firme.

Clara assentiu, mas a dúvida e o medo ainda a assombrava, ele estava presente. Ela se afastou um pouco de Helena, voltando a olhar para a paisagem.

- E se... e se eu voltasse para ele? - Clara sussurrou, a voz fraca e cheia de hesitação. - Talvez ele parasse...

Helena se afastou abruptamente, os olhos arregalados de incredulidade e raiva.

- O que você está dizendo, Clara? - Helena exclamou, sua voz carregada de emoção. - Você realmente acha que essa é a solução? Voltar para aquele monstro?

Clara se virou rapidamente, vendo a dor e a indignação nos olhos de Helena. Sentiu um aperto no coração, percebendo que havia dito a coisa errada.

- Eu só quero proteger você, Helena. - Clara respondeu, desesperada. - Eu não suporto a ideia de algo te acontecer por minha causa.

Helena respirou fundo, tentando controlar a raiva e a frustração.

- E você acha que me abandonar é a resposta é a solução? - Helena perguntou, a voz trêmula. - Nós prometemos enfrentar isso juntas, Clara. Eu não vou te perder para ele. Nunca.

Clara sentiu as lágrimas começarem a escorrer pelo rosto. Ela se aproximou de Helena, segurando suas mãos com força.

- Me perdoa, Helena. Eu estou com tanto medo... - Clara sussurrou, a voz quebrada.

Helena puxou Clara para um abraço apertado, sentindo as lágrimas dela em seu ombro.

- Eu também estou com medo, Clara. Mas vamos enfrentar isso juntas. - Helena disse, suavemente. - Eu te amo, e não vou deixar que ele nos separe.

Clara levantou a cabeça, olhando nos olhos de Helena, ela estava emocionada, era o primeiro eu te amo...

- Eu também te amo, Helena. Mais do que qualquer coisa. - Clara sussurrou, antes de beijar Helena carinhosamente...

- Lena, a Lumiar chegou... Eu vou descer pra lá ok? Toma um banho se arruma que quando descer o café já estará pronto!

- ok...

[...]

Clara desceu para encontrar Lumiar na sala de estar enquanto Helena tomava um banho demorado. A tensão no ar era palpável, e as duas amigas sabiam que precisavam tomar medidas drásticas para garantir a segurança de Helena.

Elas se sentaram na mesa da cozinha, com o café recém-preparado entre elas, prontos para discutir um plano ousado.

- Lumiar, estou desesperada, Théo não vai parar até conseguir o que quer. Precisamos fazer algo que o afaste de nós definitivamente.

- já sei... Vamos esperar Ben e sol chegar e Helena descer....

[...]

As árvores passavam rapidamente pela janela enquanto Clara dirigia em alta velocidade, o rosto marcado pela tensão e pela determinação.

A noite estava silenciosa e clara, com a lua cheia iluminando a estrada deserta. Clara dirigia em alta velocidade, o rosto marcado pela tensão e determinação.

Helena estava ao seu lado, o olhar fixo na estrada à frente, sentindo a adrenalina e o medo pulsarem em suas veias.

- Clara, tem certeza de que isso vai funcionar? - Helena perguntou, sua voz trêmula.

- sim, vai dar tudo certo! - Clara respondeu, apertando o volante com força. - Confie em mim!!!

Os faróis cortavam a escuridão enquanto Clara acelerava, cada segundo mais crucial que o anterior. Elas sabiam que Théo estava perto, determinado a alcançá-las.

A visibilidade era baixa, mas Clara continuava dirigindo com uma habilidade desesperada.

De repente, um som metálico ecoou do motor, e o carro começou a perder velocidade. C

lara olhou desesperada para os instrumentos do painel.

- Algo está errado com o carro. - Clara disse, tentando manter a calma, começou a cutucar os fios... Ele ligou novamente, ela continuou... O carro começou a engasgar e perder potência. Clara tentou controlar o veículo, mas o motor finalmente parou, deixando-as no meio da estrada escura.

De repente, um forte cheiro de gasolina encheu o ar. Clara e Helena prenderam a respiração. Théo se aproximou ainda mais, percebendo o vazamento de combustível sob o carro.

Antes que pudesse reagir, uma faísca surgiu debaixo do capô do carro, provavelmente causada pelo curto-circuito no motor. Em um instante, o carro explodiu em uma bola de fogo, a força da explosão jogando Théo para trás e iluminando a noite com uma luz intensa.

* Théo Camargo Bastos *

Ah, finalmente, o momento que eu tanto esperei.

Eu as vi chegarem, percebi o medo em seus olhos quando perceberam que era tarde demais. Clara, com sua arrogância de sempre, pensou que poderia me confrontar e sair impune. E Helena, pobre Helena, arrastada para essa confusão por causa de Clara.

O estampido do tanque de gasolina explodindo foi como música para meus ouvidos. Um sorriso se formou em meus lábios enquanto o calor do incêndio ondulava na minha pele. Era como se a justiça estivesse sendo feita ali mesmo, naquele campo vazio onde a única testemunha era a natureza indiferente.

Clara e Helena acharam que poderiam me derrotar. Elas subestimaram minha determinação, minha capacidade de fazer o que for necessário para proteger o que é meu. Não haverá mais traições, não haverá mais desafios. Elas escolheram o destino delas, e agora estão pagando por isso.

Eu me afasto da cena do crime, as mãos tremendo ligeiramente com a adrenalina da noite. A estrada se estende à minha frente, e eu dirijo para longe dali, tentando ignorar as dúvidas que tentam se insinuar na minha mente. Elas estão mortas, eu sei que estão. Não há como sobreviver a algo assim.

Chego em casa e me jogo no sofá, um misto de exaustão e triunfo tomando conta de mim. Agora é só questão de tempo até que as notícias confirmem o que aconteceu. Clara e Helena, as supostas amantes, acabaram de encontrar seu fim trágico. E eu? Eu sou livre novamente, livre para continuar minha vida sem mais interrupções, sem mais complicações.

Este é o preço da traição, daqueles que pensam que podem me desafiar. Clara e Helena agora estão queimando no inferno! Desgraças!

My Boss hottie - CLARENA 💐Onde histórias criam vida. Descubra agora