Caminho das índias

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Beomgyu estava sentado na beirada da cama do caçador, próximo a cabeceira. Seus pensamentos estavam longe e quando a porta foi aberta, olhou assustado na direção, pensando ser o Tenente Jo. O caçador viu o menino desviar o olhar, se aproximou e colocou um prato em cima da mesa. Quando ele se sentiu na cama, mesmo que na outra ponta, o ômega se levantou imediatamente e se afastou um pouco mais.

- Trouxe para você. - Yeonjun disse, apontando para o prato.

- Uhum... obrigado.

- Quê que foi agora? Já disse que não vou entrega-lo aquele Tenente.

- Ele veio aqui me procurar. Disse que está me esperando e que quando você abrisse a porta, eu deveria ir para o quarto dele.

- Você acabou se tornando um problema meu, e agora está sob minha proteção.
Ele não vai tocar em você. — ele apontou para a mesa novamente. — Coma.

O ômega assentiu e sentou na cadeira. Ele olhou para a comida em seu prato; carne e alguns legumes. Estavam com uma boa aparência, mas para ele, ainda faltava algo ali.

- Onde estão os talheres?

- Como é?

- Não dá para comer assim.

Incrédulo, Choi piscou duas vezes antes de se levantar, sentar em outra cadeira e puxar o prato para si. Era só o que faltava, aquele ômega até pouco tempo atrás estava com um saco de pano velho com alguns poucos biscoitos, pão e água, que mal conseguia sustentá-lo por alguns dias, caso soubesse raciocinar. Agora estava se recusando a comer simplesmente porque não tinha talheres.

- Então não come. — o alfa pegou um pedaço de carne com a mão e mordeu. - É bom que não fico sem a refeição que abri mão para você. Já que sua educação não permite que coma feito um animal.

-Me desculpe, por favor, não quis ofendê-lo. Não acho que seja um animal. Talvez tenha modos um pouco rudes... - Choi parou de mastigar e o olhou ainda mais incrédulo. - Desculpe. Ah, mas você disse que abriu mão da sua refeição, eu não entendi.

-As previsões foram calculadas para a exata quantidade de alfas que estão a bordo deste navio. Assim como os demais que nos acompanham na frota. Ninguém contava que um ômega fosse invadir a embarcação.

- E não vão parar para abastecer?

-Segundo o Comodoro, não. Ele quer velocidade máxima na busca pelo seu noivo fujão. Aliás, você e seu irmão tem isso em comum, não?

Beomgyu abaixou o olhar, sorrindo constrangido.

- Estou muito agradecido sr.Choi, foi muito gentil e atencioso da sua parte compartilhar de sua refeição comigo. - seus olhos desceram para a comida no prato, e ele que sentia-se fraco por estar se alimentando tão mal há pelo menos três dias, apontou para o outro pedaço de carne e perguntou: — Posso?

Yeonjun assentiu. Beomgyu levou a mãozinha hesitante até a porção, pegou-a e levou até a boca, mordendo com delicadeza a pontinha da carne.

🦢

— Como ganhou essa cicatriz? - hyunjin questionou ao Alfa espadachim.

Após a manutenção do leme, semanas se passaram e os piratas estavam navegando pelo Oceano índico, e da cesta situada no mastro central, já era possível enxergar através de uma luneta, o cume dos altos picos de Sri Lanka.

Os dias de viagem estavam muito mais cansativos depois da aventura na ilha do Kangaroo. Hongjoong se recuperava lentamente, aos olhos do médico, que pouco podia fazer com os recursos limitados que possui. Sua esperança era finalmente chegar no grandioso reino das indias, e adquirir as ervas e utensílios necessários para ajudar o Alfa que perdeu parte de sua perna.

BLACK SWAN | HYUNHOOnde histórias criam vida. Descubra agora