epílogo extra 🔞

544 73 56
                                    

aviso da autora:

eu senti muuuuita saudade do amor deles e me vi escrevendo sobre algo que explorei nesta fic, daí senti que precisava de um final diferente, ou algo mais completo. espero muito que gostem. deu para matar um pouquinho da saudade desse amor na escrita, espero que sintam o mesmo na leitura.

😭♥️

···························

a melhor parte de conhecer as regras
é encontrar uma maneira aceitável
de quebrá-las.
— anne with an e.

·˚.

PRIMEIRO ANO DE CASAMENTO

— Meu preto, o que houve?!

Faziam duas semanas que Diego não via o marido. Amaury precisou resolver assuntos da família e teve que viajar. Não fazia isso com frequência, mas quando fazia, era sempre torturante. Diego se ocupava na casa, resolvia assuntos dos Martins e frequentemente visitava a casa de sua mãe, mas não era a mesma coisa sem o marido.

Naquela noite, sabia que ele chegaria, mas não imaginava que chegaria daquela forma.

Amaury estava parado na porta do quarto, com uma expressão quase vazia. Diego percebeu que havia sangue na camisa branca dele, e os nós dos dedos estavam machucados, de ambas as mãos. O olho roxo tinha um corte.

Diego sentiu o coração parar, nunca havia visto o marido assim, nunca sequer o tinha visto em uma situação de violência, pelo menos, não física. Não daquela maneira. Ele se aproximou com uma preocupação crescente, tocando o queixo do visconde, que fez uma careta.

— Eu precisei, amor.

Amaury sentia que estava prestes a romper em lágrimas, como se tivesse segurado tudo dentro de si até aquele momento. Acontece que quando se tratava de Diego, Amaury estava sempre vulnerável. Não conseguia esconder nada.

— O que isso significa?

— Significa que... Que soquei três homens no clube. — ele fez uma pequena pausa, encarando os olhos dourados à sua frente. — Eu precisei.

Amaury não precisou explicar, Diego entendeu de imediato.

Há algumas semanas antes da viagem, eles haviam saído com as meninas, Georgiana e Bianca, para comprar sedas, uma atividade comum e corriqueira que costumava ser prazerosa. No entanto, naquela visita à feira, acabaram ouvindo comentários maldosos, carregados de preconceito. Pela primeira vez, Diego viu Amaury com ódio puro em seus olhos, uma fúria que nunca antes havia presenciado em seu marido.

Diego já estava acostumado com situações assim, tendo enfrentado preconceitos e discriminações durante toda a sua vida, inclusive dentro de sua própria casa, vindos até mesmo de seu pai. Aquilo não era novidade para ele, mas sempre deixava uma marca profunda. Cada comentário maldoso arrancava um pedaço de sua dignidade, fazendo-o sentir como se seu direito de ser livre estivesse sendo revogado por pessoas impregnadas de preconceitos e ideias errôneas sobre o amor e suas diversas formas.

Amaury, por outro lado, não tinha essa experiência em sua vida.

Naquele dia, quando retornaram à fazenda, a conversa que se seguiu foi longa e intensa. Sentaram-se lado a lado, trocando desabafos e confidências, falando sobre o desejo profundo de viver em um mundo onde qualquer forma de amor fosse respeitada e valorizada. Discutiram sobre como poderiam contribuir para mudar a realidade, mesmo que fosse apenas um pouco, tornando o mundo um lugar mais inclusivo e tolerante.

razão e emoção | dimauryOnde histórias criam vida. Descubra agora