Capítulo 2

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Lucas. O nome se encaixava nele de uma maneira que parecia natural e familiar. Eu me permiti pronunciá-lo silenciosamente em minha mente, saboreando a sensação de finalmente conhecer algo mais sobre ele.

"Lucas...", repeti em voz alta, testando como soava.

Ele sorriu, parecendo satisfeito com minha reação. "É um prazer finalmente me apresentar corretamente."

Eu devolvi o sorriso, sentindo uma faísca de conexão começando a se acender entre nós. "O prazer é meu, Lucas."

Enquanto tomávamos nossa xícara de café, trocávamos pequenas confidências como duas pessoas que acabaram de se conhecer. Lucas gostava de carros, motos e velocidade; ele parecia um entusiasta de esportes e aventuras. Era filho único e morava sozinho, com os pais vivendo no interior. Senti uma melancolia na voz dele ao mencionar a distância da família, como se essa fosse uma parte triste de sua história. No entanto, ele soube contornar a situação com seu senso de humor, que estava se revelando aos poucos.

"Meus pais são maravilhosos, mas eles preferem a tranquilidade do interior. Já eu, gosto da agitação da cidade", ele disse com um sorriso meio nostálgico, meio divertido.

Eu escutava atentamente, absorvendo cada palavra como se fosse um pedaço de um quebra-cabeça que ajudava a montar a imagem de quem ele era. A maneira como ele compartilhava detalhes íntimos de sua vida me deixava intrigado e ao mesmo tempo grato por sua abertura.

"Você deve visitá-los com frequência, então?", perguntei, tentando manter a conversa fluindo enquanto aprendia mais sobre ele.

Lucas assentiu, parecendo confortável com o rumo da conversa. "Sim, sempre que posso. É bom dar um tempo da correria da cidade e aproveitar a tranquilidade com eles."

Aquela imagem de Lucas desfrutando momentos de paz com sua família contrastava com a pessoa que eu tinha conhecido na noite anterior, imerso na vida noturna da cidade. Era uma dualidade que eu estava começando a compreender melhor, uma camada a mais na complexidade de sua personalidade.

"Você parece ser bastante aventureiro", comentei, pensando nas atividades que ele mencionou gostar.

Ele riu suavemente, concordando com um gesto de cabeça. "Digamos que gosto de aproveitar a vida ao máximo. Sempre gostei de adrenalina e novas experiências."

Aquelas palavras ressoaram em mim, fazendo-me refletir sobre o que eu gostava na vida e como isso se comparava com a energia vibrante que Lucas emanava. Era como se ele trouxesse consigo uma promessa de emoções intensas e momentos inesquecíveis.

Enquanto continuávamos conversando, a tensão inicial entre nós começava a se dissolver. Eu me sentia mais à vontade na presença dele, como se estivéssemos começando a criar um vínculo genuíno além da confusão da manhã anterior.

"Você tem algum hobby em particular?", perguntei, curioso para saber mais sobre seus interesses.

Lucas pensou por um momento, como se estivesse ponderando sobre o que compartilhar. "Além de carros e motos, gosto de fotografia. Gosto de capturar momentos, especialmente aqueles que têm um significado especial."

Aquela revelação me pegou de surpresa, adicionando outra camada à imagem que eu estava formando dele. "Isso é interessante. Você é bom nisso?"

Um brilho de orgulho surgiu em seus olhos quando ele respondeu: "Acho que sim. Sempre foi uma maneira de expressar minha criatividade."

Aos poucos, percebi que estávamos nos conectando não apenas através das nossas histórias pessoais, mas também através de interesses compartilhados e a maneira como víamos o mundo. A presença de Lucas ao meu lado era tranquilizadora e ao mesmo tempo excitante, como se eu estivesse descobrindo um novo capítulo da minha própria vida através dele.

O Desconhecido ao Meu LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora