Capítulo 6 Lucas - Reencontro

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Depois que Bernardo saiu naquela manhã, um turbilhão de emoções invadiu meu ser. A presença do seu calor ainda impregnava minha cama, suas risadas ecoavam suavemente em meus ouvidos. Era como se um furacão tivesse passado pela minha vida, deixando para trás uma mistura avassaladora de êxtase e incerteza.

Deitei-me de costas, encarando o teto com um sorriso bobo no rosto. Bernardo tinha mexido comigo de uma forma que eu não estava preparado para lidar. Seus olhos gentis, sua voz suave, cada gesto e palavra haviam se instalado confortavelmente no meu coração. Naquele momento, eu sabia que algo especial tinha acontecido entre nós.

No entanto, uma preocupação começou a se insinuar em minha mente. Será que ele sentiria o mesmo por mim em algum momento? Eu desejava profundamente que aquele momento significasse para ele o que significava para mim. Tentei afastar esses pensamentos de dúvida, focando nas lembranças prazerosas que compartilhamos naquela noite.

À medida que os dias avançavam, a ansiedade começou a crescer dentro de mim. Eu não conseguia evitar pensar se Bernardo gostaria de me ver novamente, se ele sentiria o mesmo desejo de estar juntos que eu estava sentindo. Cada toque, cada risada ecoava em minha mente como um lembrete constante do quão especial era estar com ele.

Após aquela noite no bar, tomei a decisão de não incomodá-lo. Refleti sobre como ele acordou e outros sinais que percebi. Ele não lembrava meu nome, apesar de termos compartilhado aquele momento íntimo. Além disso, Bernardo não parecia ser alguém que se envolvesse frequentemente com desconhecidos. Todas as vezes que o vi no bar, ele estava sozinho, entrava e saía sem companhia.

Um pensamento começou a se instalar em minha mente: "Ele não se interessou por você". As pessoas frequentemente me julgavam por trabalhar em um bar noturno, presumindo que eu levasse uma vida boêmia e promíscua. No entanto, eu era reservado e não me interessava por flertes ou encontros casuais no bar. Mas com Bernardo foi diferente. Naquela noite de festa a fantasia, ele me ouviu como se eu fosse o assunto mais interessante. Seus olhares, os risos discretos entre nossas conversas criaram uma atmosfera especial que capturou minha atenção.

Eu sabia que tinha que deixar Bernardo seguir seu caminho sem pressioná-lo. Mas conforme os dias passaram, a sensação de querer vê-lo novamente cresceu dentro de mim. Eu precisava descobrir se o que sentíamos era mútuo, se havia uma chance real de algo mais entre nós. Ao longo da semana, esperei ansiosamente para ver se ele voltaria ao bar com seus amigos, talvez um reencontro não programado que poderia esclarecer se o clima que compartilhamos em minha casa era realmente sentido por nós dois ou se era apenas algo da minha imaginação.

Respirei fundo, peguei o celular e digitei uma mensagem para ele: "Olá tudo bem? estou passando para saber se esta tudo bem contigo".   Antes de enviar fiquei lendo aquela mensagem e pensando o quão desesperador isso estava sendo, Bernardo me passou o seu telefone quando ainda estava bêbado e pela manhã ao acordar de ressaca, apenas disse que me passaria o seu número. 

Apaguei a mensagem e guardei com raiva de mim mesmo o celular no bolso pensando "seu frouxo"

~

Era sexta-feira e eu tinha algumas coisas para resolver na rua antes de ir ao bar verificar o abastecimento. O pensamento de que Bernardo poderia aparecer com seus amigos no happy hour como em outras vezes me animou um pouco, mas ao mesmo tempo senti um calafrio no estômago ao considerar a possibilidade de ele agir com indiferença ao me ver.

Enquanto caminhava pela rua, minha mente voltava incessantemente para Bernardo. Eu queria tanto que ele sentisse o mesmo que eu, que aquele breve momento juntos significasse algo especial para ele também. Mas ao mesmo tempo, me questionava se eu não estava sendo precipitado, se enviar aquela mensagem não seria um sinal de desespero que poderia afastá-lo ainda mais.

O Desconhecido ao Meu LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora