Capítulo 9 Lucas

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Acordei com os primeiros raios de sol filtrados pelas cortinas entreabertas. A luz suave banhava o quarto, iluminando o rosto sereno de Bernardo, que ainda dormia tranquilamente em meus braços. Seus traços suaves e o calor de seu corpo me fizeram sorrir, sentindo-me grato por tê-lo ali comigo naquela manhã.

O mundo lá fora parecia distante e silencioso, como se o tempo tivesse decidido dar uma trégua para nós dois. Era um momento precioso, um daqueles que você deseja congelar para sempre, sem nada além da sensação de paz e amor que nos envolvia.

Bernardo mexeu levemente, seus olhos se abrindo lentamente para encontrar os meus. Um sorriso sonolento se formou em seus lábios enquanto ele se acomodava mais confortavelmente contra mim.

"Bom dia", murmurei suavemente, acariciando seu cabelo com carinho.

Ele respondeu com um murmúrio suave, um reflexo do sorriso ainda nos lábios. Não precisávamos de palavras naquele momento; nossos olhares e toques diziam tudo o que precisávamos saber.

Permanecemos assim por alguns minutos preciosos, abraçados pela calma da manhã e pela promessa de um novo dia juntos. O calor do sol que entrava pela janela misturava-se ao calor dos nossos corpos, criando uma sensação de conforto e contentamento que era difícil de descrever.

"Eu poderia ficar assim para sempre", murmurei baixinho, mais para mim mesmo do que para ele, mas sabendo que Bernardo podia ouvir cada palavra.

Ele riu suavemente, uma risada leve que ecoava na tranquilidade do quarto. "Eu também."

Coloquei um pouco do meu peso sobre ele para sentir ainda mais o seu cheiro. Bernardo tinha um perfume gostoso e suave de frutas misturado a um leve tom de lavanda; seus cabelos eram macios, e meus dedos deslizavam sobre os cachos bem feitos que ele tinha.

Sussurrei no ouvido dele: "Não ouse sair da cama."

Bernardo me fuzilou com o olhar como se estivesse me repreendendo, e eu dei de ombros porque sabia que ele não iria a lugar nenhum.

Coloquei rapidamente uma roupa mais usual e desci até a portaria para pegar a cesta de café da manhã que havia encomendado no dia anterior. Como não sabia muito sobre os gostos dele, peguei uma completa que, assim que vi, descobri que foi um exagero, mas ele iria rir de mim de qualquer forma. Entreguei uma boa caixinha para o entregador e subi novamente para o apartamento.

Ao entrar no quarto com a cesta, Bernardo arregalou os olhos e começou a gargalhar, perguntando se era para uma família de 10 pessoas.

Fuzilei-o com o olhar, assim como ele tinha feito comigo minutos atrás, e o repreendi de forma distraída.

"Esse é o tamanho do sentimento que sinto por você, e você terá que comer tudo." Disse em tom de brincadeira e fazendo bico tentando mostrar uma falsa chateação.

"Sim, senhor, e você vai precisar de um guindaste para me tirar da cama depois que eu terminar de comer."

Sentei-me ao lado dele e abrimos a cesta para pegar as coisas mais gostosas. Comecei a tagarelar sobre o bar e os planos para o nosso final de semana, que começaria hoje às 18:00hrs. Bernardo ficou em silêncio, olhando para mim como se estivesse segurando algo dentro de si. Eu parei de falar e esperei para ver se ele faria algum comentário. Ele continuou em silêncio.

"Está tudo bem? Não gostou de alguma coisa ou está se sentindo mal?"

Bernardo deu um leve sorriso ao me responder: "Sabe, durante muitos anos, eu imaginei essa cena na minha cabeça: acordar e compartilhar momentos como este ao lado de quem eu gosto, exatamente como estamos agora. Mas isso foi tirado de mim; foram inúmeras decepções que fizeram com que eu desacreditasse de tudo isso. Então, estou feliz por você me proporcionar isso."

O Desconhecido ao Meu LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora