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— Por que temos que fazer essa aula mesmo? - Beomgyu sussurra para seu parceiro de mesa e único amigo

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— Por que temos que fazer essa aula mesmo? - Beomgyu sussurra para seu parceiro de mesa e único amigo. Essa é a primeira aula do ano onde as alas de diferentes áreas e tiers dos poderes se misturam. Nessas aulas, são ensinadas coisas gerais para vivencia e aprendizado.

Nesse caso, sobre como lidar com os alimentos venenosos, perigosos e mágicos encontrados pela cidade.

— Porque, senhor Yu, em Latibule temos a missão de preparar vocês para um pouco de tudo que vocês podem encontrar como mágicos no mundo real. Você já esteve lá fora sem guardiões e preparação mais do que todos aqui, então imaginei que você entenderia a importância dessa classe não só na sua grade horária mas na de todos os estudantes - o professor escuta as reclamações do garoto e faz questão de responder por si mesmo.

Ele espera o velho se afastar antes de prosseguir com outro comentário desnecessário.

— Falou muito e falou nada ao mesmo tempo...

— Que nojo!! - Kai grita quando a aranha roxa e pegajosa tenta subir em seu braço. Beomgyu ri da reação dele.

Um peteleco forte e ela sai pulso do amigo e voa para a mesa do lado onde duas garotas começam a gritar ao ver o aracnídeo subindo pelos seus fios de cabelo.

— Odeio aranhas!

— Percebi!

Enquanto eles riem, uma tentativa de limpar a gosma violeta nojenta da pele branquinha, uma coisa chama a atenção de Beomgyu: uma sensação, um sentimento de se sentir observado. Sua visão periférica consegue ver um par de olhos voltados a si algumas mesas a frente.

A disposição das carteiras na sala é em forma de círculo, então quando levanta a cabeça, acaba encarando Soobin na mesa paralela a sua. Alguns segundos de contato visual foram o bastante para suas bochechas esquentarem.

Soobin dá uma risadinha, achando engraçado, e Beomgyu só tenta disfarçar voltando a sua atenção para Kai.

— Kai.

— Oi? - ele para o desenho mal feito que está fazendo na mesa e presta atenção no amigo de novo.

— Acho que eu não gosto do Yeonjun. E que ele não gosta de mim.

— Como assim? Claro que vocês se gostam! Do que está falando?

Tentado a falar sobre a conversa que tiveram na madrugada e manhã anterior, sobre como se sentiu esquisito com os toques e palavras de Yeonjun, Beomgyu morde o lábio. Aquilo não era a coisa ideal a se compartilhar com Kai.

— Não sei. Acho que é isso que meu coração sente.

— Seu coração fica diferente quando está com ele?

— Depois que você falou... Sim.

— Então é amor! Confia em mim, sei do que estou falando.

— Você já amou?

A expressão dele fica melancólica, provavelmente relembrando seu primeiro amor.

— Já.

Um baque na mesa dos dois interrompe seu diálogo antes que Kai pudesse monologar todas suas histórias românticas passadas. É o professor.

— Eu mandei todos fazerem um registro de quinze linhas sobre porque uma lesma de caldo vermelho é perigosa. Por que vocês estão conversando?

— Desculpa, senhor - eles respondem ao mesmo tempo e começam a escrever, isso até o professor voltar a se afastar, então eles continuam a conversa, sem lembrar de dar sequência a primeira paixão do garoto quando outro assunto mais interessante aparece.

Poucos minutos depois, o sinal escandaloso toca e todos os alunos mais escandalosos ainda se levantam e saem correndo aos berros para o refeitório. Os planos são Beomgyu almoçar com Kai nesse dia, mas outra oportunidade surge.

— Beomgyu - alguém chama, e quando se vira, da de cara com Soobin.

— Oi?

— Vai fazer alguma coisa hoje?

— Vou almoçar com o Kai.

— Não... Pela noite. Vai fazer alguma coisa pela noite?

O amigo encara de Beomgyu para Soobin com uma expressão desconfiada. Suas sobrancelhas deixam claro o que está pensando quando vê as bochechas de Beomgyu corando. Já entendeu tudo.

— Quero te mostrar uma coisa legal. Uma oportunidade única, acontece de vez em quando pela noite. Se não for dessa vez, só daqui oito meses.

— Oh. Ok. Pode ser!

— Legal. Me encontra na frente do refeitório às seis então. Sem atrasar.

Beomgyu abre um sorriso antes de responder.

— Pode deixar - e Kai puxa ele pelo antebraço para fora da sala.

E não, ele não parou de falar por um minuto durante todo o caminho até a cantina. Falando sobre como acha Soobin esquisito por causa de todo seu histórico de notas ruins e brigas com professores, mas preferiu não responder essa parte porque sabia que assim que as notas de suas primeiras avaliações saíssem provavelmente seria comparado como uma versão piorada de Soobin.

— Você não precisava ter aceitado o convite do Soobin.

— Como?

— Eu vi na sua cara! Você também tem medo
dele. Vi como ficou vermelho quando ele veio atrás de você.

— Medo...

— Mas não se preocupa! Quando ele te levar para ver os vagalumes hoje, vou ficar de olho pela janela do dormitório para ver se ele não vai te jogar no laguinho ou coisa assim.

Vagalumes? Soobin tinha convidado Beomgyu para ir ver os vagalumes? Mas tem vagalumes todas as noites, por que tratar como algo especial?

— Ai, estou com tanta vontade de comer lasanha hoje - ele muda de assunto para distrair Kai com comida. Funciona sempre.

— Eu também! Estamos andando muito devagar. Vamos acelerar para o refeitório. Minha fome aumentou agora que você falou!

latibule | BEOMJUNOnde histórias criam vida. Descubra agora