┊ FINALIZADA ┊ - Em uma realidade aonde todos são mágicos e são divididos em suas classes sociais baseados em seus poderes, Beomgyu se destaca como um rebelde que pretende seguir o legado de seus pais para alcançar a liberdade.
Yeonjun, por outro l...
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Às sete da manhã do sábado, meia hora antes do alarme do campus tocar, Yeonjun e Beomgyu acordam em um susto com batidas fortes e incessantes porta do quarto. Eles precisam de alguns segundos antes de processar a situação e antes se levantar o guardião faz um gesto em direção da janela e a luz do sol passa a ser bloqueada de entrar no quarto, dando espaço para voltarem a dormir depois disso.
— O que foi? - reclama imediatamente assim que abre a porta, sortudo de não ter recepcionado um funcionário de Latibule com cara feia. — Cara, o que você tá fazendo aqui? Latibule nem aceita visitas nesse horário! Me deixa dormir!
Taehyun revira os olhos e empurra o corpo do amigo para o lado, entrando no quarto. Beomgyu pisca confuso quando fazem contato visual.
— Quem é você? - Taehyun pergunta em um tom debochado observando o garoto descabelado encolhido na cama do canto.
— Ele é o T3 que eu sou guardião. Beomgyu, esse é o Taehyun, meu amigo. Éramos colegas de quarto até ano passado.
— Prazer, Taehy... - seu tom de voz é tão baixo que o outro não escuta e o interrompe.
— Oi, Beomgyu. Yeonjun, você não vai acreditar o que fizeram comigo! Eu estava com meu trabalho perfeito na clínica veterinária. Tipo, eu falo com animais, sou perfeito para a função! Mas aí chegou um T3 com um poder que eu não entendi e sei lá sobre plantas, e por causa daquela medida idiota de prioridade, me demitiram para colocar ele no meu lugar! Dá pra acreditar?
O ruivo massageia as têmporas e precisa de alguns segundos para entender o bombardeio de palavras sendo jogadas logo cedo da manhã.
— Calma, sério? Eles realmente te demitiram porque um T3 de botânica chegou?
— Sim!
A medida que a discussão xingando o sistema prioritário para T3's se estende como uma teia de aranha pelo quarto, Beomgyu puxa o cobertor e se cobre da cabeça aos pés, sentindo como se não fosse bem vindo no próprio quarto mais. Por isso queria fugir e viver sem explanar o seu poder para todos, assim teria uma vida normal. Tier 3's nunca conseguem ter uma vida normal.
— Enfim, agora tive que voltar para cá. Vou treinar para ser guardião e torcer para o melhor.
— Aconteceu o mesmo com o Soobin. Tem muitos alunos novos treinando como guardiões esse ano.
— É claro! Você não ficou sabendo porque não saiu daqui, mas isso dos T3's tá virando uma onda no mundo inteiro. A quantidade de T2's e principalmente T1's que perderam o emprego para Tier 3's e os Tier 2's que também tiveram que ceder a vaga aumentou muito no último ano.
— Nossa...
— Fica feliz que você já tem sua função. Os guardiões são os únicos que não precisam se preocupar nessa situação.
Taehyun suspira alto e observa de relance o amontoado na cama do outro lado do quarto.
— Bem. Vejo você por aí. Vou guardar minhas coisas no meu quarto.
— Ah, vamos juntos. Como você tem mala podemos ir para o refeitório de elevador - dá meia volta até o armário e pega roupas para sair — Vamos, Beomgyu?
— Sim... - murmura e finalmente sai da cama, se revelando novamente para Taehyun.
— Vou sair para vocês se arrumarem - anuncia e faz assim como dito.
O guardião e o transmutado se trocam, de pijamas confortáveis para calças jeans e a blusa larga e roxa com a logo branca de Latibule no peito esquerdo. Beomgyu franze as sobrancelhas, sentado na escrivaninha já pronto enquanto espera Yeonjun arrumar os cachos bagunçados.
— Que cara é essa? - questiona observando o rosto dele no reflexo do espelho na porta do guarda roupa.
— Estou me sentindo... Mal. Por ser um T3. E todos os T1 e T2 odeiam T3's, principalmente com a situação de agora...
— Ei, ei. Nada disso. Você não escolheu ser um T3. E nem está roubando a vaga de ninguém, então literalmente não tem culpa nenhuma por isso.
— Não sei.
— Beomgyu - no exato instante em que levanta a cabeça como reação ao seu nome sendo chamado recebe um selar carinhoso nos lábios juntamente de um carinho na bochecha com o polegar — Você não tem culpa. Ninguém te odeia porque o seu Tier tá fazendo alguma coisa que você não está. Tira esse pensamento da sua cabecinha.
Mesmo não tirando esse pensamento da cabeça, ele acena com a cabeça e eles se beijam de maneira desajeitada mais uma vez antes de saírem e seguirem de carona de elevador até o refeitório.
