cap 02

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A garota sem sentimentos vive sua vida normalmente depois do ocorrido de anos atrás. Agora, com 19 anos, não sabe mais o que foi real e o que foi alucinação. Sua mãe desapareceu, isso é um fato. A polícia não descobriu nada, sem pistas, sem sinal de vida ou de morte, então o caso foi arquivado. Fora do ônibus está tudo escuro e nublado, dentro do ônibus todas as luzes piscam, até se apagarem. A garota olha para todos os lados e não vê mais ninguém. Há somente ela no ônibus, que de repente parou. Ela se dirige para fora com uma certa curiosidade sobre o que estava acontecendo. Havia uma floresta escura e nublada à sua frente. Começou a andar por um caminho que dava a entender que existiam moradores nessa floresta.

Não havia somente ela na floresta, e ela sabia disso. Se sentia observada, mas não escutava nada. Sem medo, seguiu seu caminho, que deu de frente a uma cabana, que aparentava estar abandonada.

Entrou sorrateiramente na cabana. Dentro, havia sangue fresco espalhado no chão. Ela procurava por algo, algo que pudesse satisfazer um pouco sua curiosidade. Mas logo foi parada por uma risada, forte, mas que para ela foi como um calmante. Não se assustou, e sim se anestesiou com a risada estridente que ecoava na cabana inteira.

- Está procurando algo? Parece apática - a voz é diferente, ela não consegue identificar se é uma voz masculina ou uma voz feminina. - Está surda? Ou você é muda? - diz a voz impaciente.

- O caminho na floresta me trouxe até aqui. Estou em Sete Além, não é mesmo? - a garota havia percebido, o lugar estava sem cores, que o lugar estava sem vida como a mesma.

- Interessante, então você não é daqui. Você parece tão apática que parece estar sem vida, como este lugar. Você por um acaso é uma vampira? Isso explicaria algo - estava se irritando com essa curiosidade que tal pessoa estava por ela. Ela em um momento pensou em sair dali e entrar no ônibus novamente, pensou em ir procurar o irmão dela ou só ir olhar o lugar, mas preferiu ir procurar o dono da voz.

Procurou...
Procurou...
E não achou nada, mas o dono da voz já sabia o que ela queria, então resolveu aparecer, de uma maneira bem sutil, e apagou ela.

...

Horas depois, ela acorda. Está presa em uma cadeira, olha para todos os lados e avista uma janela, ainda é noite.

- Você dormiu demais, dormiu por um dia, isso foi bom, não me deu trabalho.

- Por não mostrar o rosto, eu já sabia que era covarde, precisava me atacar pelas costas para me dar certeza? - ela diz impaciente com a situação.

O dono da voz aparece e analisa o rosto dela. Ele tenta entender o sorriso feliz da garota.

- Vampirinha, gostaria de entender qual é a desse sorriso.

- Você não entenderia de qualquer forma, então por que devo te falar? Mas o spoiler é que eu estava pensando em algo, como uma evolução.

Um dia ela está tendo paralisia do sono, e no outro acordando amarrada, foi uma evolução, e de certa forma pensar nisso a fez sorrir.

Ele ficou impressionado, como alguém poderia parecer tanto de Sete Além sem ser de Sete Além? Ela parecia tão morta, e ao mesmo tempo tão bela e radiante. Pela primeira vez, ele sentiu que queria tanto algo ao ponto de cometer loucuras, como fazer ela ficar e não matá-la como deveria ser feito.

- Você tem certeza que é do outro mundo? - pergunta ele.

- Você tem certeza que irá ficar com essa máscara ridícula? - Ela não queria falar de suas tais origens ou de suas supostas origens, nem mesmo ela sabia de onde ela era. Mas ela fugir das perguntas dele, o irritava. Aparentemente, ele tinha o pavio meio curto.

- Se eu não tiver respostas, você também não terá o que você quer, então continuarei de máscara

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- Se eu não tiver respostas, você também não terá o que você quer, então continuarei de máscara.

- Ah, tudo bem, não tenho problema com isso. Na verdade, isso é bem sexy. O que mais vai acontecer para alimentar meu suposto fetiche? - A garota estava o provocando, para irritá-lo ou para seu próprio desejo.

E funcionou, ele se irritou e saiu batendo a porta do porão com força.

Dias se passaram, e a garota não viu mais o garoto. Mas não significa que ele não ia ao porão; significa que ele só ia de madrugada, deixava algumas frutas e ia embora sem acordá-la. Ele queria pensar e não sabia como falar com ela. Ela não respondia suas perguntas, e ele não tinha paciência. Ele sempre ia ao porão, observava calmamente. Ele achava o rosto dela tão bem esculpido que o acalmava. Talvez fosse loucura, mas ele queria ficar próximo. E assim foi por duas semanas, até que ele mudou de ideia.

- Acorde! - Ele estava irritado, como de costume.

- Irei te chamar de senhor ranzinza, já que sempre está mal-humorado.

- Você irá sair daqui!

A garota não queria sair dali, ela não queria ir embora. Então, ela segurou a corrente com força, como se isso fosse resolver algo.

 Então, ela segurou a corrente com força, como se isso fosse resolver algo

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- Não irei embora, pode me matar, mas não irei!

A risada do mascarado ecoou no porão, riu como se a garota tivesse contado a piada mais engraçada de todas.

- Acho que você não entendeu. Você sairá do porão, mas permanecerá no meu campo de visão. Você não vai embora, o que para você, é um pesadelo. Então pode começar a chorar, garotinha.

Ele abriu a corrente que estava presa nas mãos da garota, e a levou até um quarto. A garota prestou atenção, atentamente em tudo, em cada parte da casa por onde passava em seu campo de visão. Viu algumas máscaras jogadas em cada canto da casa, e foi aí que ela se tocou que a pessoa estava com outra máscara.

- Eu avancei um nível, você poderia me mostrar seu rosto agora, não acha?

A pessoa temia mostrar quem era realmente, e a garota notou isso. A garota não sabia nem se era uma mulher ou um homem, pois a máscara dava um disfarce na voz, ou talvez fosse difícil saber mesmo. Mas ela tinha receio de perguntar, então escolheu esperar a pessoa contar.

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