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senti saudades de escrever e voltei, nem sei se ainda sei escrever kkk. Não sei se vou conseguir atualizar todo dia, mas prometo que vou tentar.

P.O.V HELÔ


25 de março de 2024 – Rio de Janeiro

60 meses. 1811 dias e 258 semanas.

4 anos...

Já se passaram quatro anos desde o meu divórcio com Stênio. Já fazem 1811 dias que não o vejo. E 258 semanas que eu não escuto sua voz. Admito que no começo eu sofri e foi horrível viver sem ele. Todas as noites que eu chegava em casa sem encontrar o Stênio me esperando no sofá com uma taça de vinho no final da noite era doloroso. Parte meu coração o rumo que tomou nosso casamento. Por um tempo me vi escondida no banheiro ou debaixo da coberta encontrando consolo nas lágrimas.

Aos poucos suas roupas foram desaparecendo do meu guarda-roupa, eu já não tropeçava em seus chinelos no meio do caminho, a fragrância de seu perfume deixou de permanecer no quarto e seus pertences pessoais sumiram do meu banheiro.

Por um longo período, ansiava pela sua presença, ansiava pelos momentos que partilhávamos e até pelos nossos desentendimentos, que nunca perduravam graças à sua capacidade de me desarmar com seus beijinhos, declarações e buquês de flores... as flores que eu já não recebo mais. A falta das flores que ele era o único que me presenteava mesmo sem motivo algum foi dolorida. E eu esperei ansiosamente a chegada de flores acompanhada de um cartão me chamando para jantar, no entanto, minhas esperanças foram frustradas porque nenhum buquê chegou. Não teve flores, não teve ligações e muito menos mensagens.

Pela primeira vez, Stênio não correu atrás. E por mais que eu quisesse muito, eu também não corri atrás para tentar novamente. Eu que pedi o divórcio, eu não devia ter sentido tanto, mas não pude evitar. E por um bom tempo eu sentia o arrependimento de ter pedido o divórcio me consumindo por dentro. E agora, quatro anos depois, eu me sinto bem.

Um ano atrás eu me permiti viver um novo relacionamento com uma nova pessoa. Eu estou gostando. Nunca me passou pela cabeça que entraria em outro relacionamento amoroso; não estava nos meus planos ter algo sério com alguém. Mas devido ao esforço persistente de Vicente, eu finalmente me dei mais uma chance de ser feliz com outra pessoa.

Vicente é uma pessoa carinhosa, gentil, inteligente e um bom amigo. Ele sempre fazia questão de me ajudar em tudo, me levar para conhecer lugares diferentes, me ouvir quando preciso. Nosso relacionamento é saudável, é muito difícil ter discussão e conseguimos nos resolver rápido. Não é um relacionamento caótico e eu estava feliz e satisfeita por isso, gostava da calmaria em uma relação amorosa que eu tinha esquecido como era por muito tempo.

H: Vicente, estou indo. – falei em um tom carinhoso, me aproximando da cama. Me inclinei sobre meu namorado e deixei um selinho demorado em seus lábios, sua mão alisou minha cintura.

V: Vou mais tarde. – sua voz sonolenta me arrancou um sorriso. – Bom dia! – se esforçou para abrir mais os olhos e me deu outro selinho.

H: Bom dia! – sorri e alisei seu rosto. – Passa na minha sala para me dá um beijinho quando chegar.

V: Pode deixar.

Vicente também trabalha na delegacia e foi assim que se conhecemos. Ele é investigador. Era um alívio saber que eu não precisaria me preocupar em chegar em casa e ter que brigar com meu namorado por ele ter soltado mais um dos meus presos. Pelo ao contrário, Vicente me ajudava a reclamar dos advogados.

H: Podemos almoçar juntos.

M: Vamos para minha casa hoje?

H: É segunda-feira ainda, esqueceu? – empurrei ele pelo peito e peguei minha bolsa em cima da poltrona. – Descansa!

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