O bar da Vila Isabel estava o fervo como de costume, aquilo nunca ficava vazio nos finais de semana. Muitas pessoas decidiam curtir seus finais de semana no bar do joel e, naquele domingo não era muito diferente. A noite estava perfeita para cair num samba e beber uma cerveja bem gelada para se refrescar naquela noite calorenta.
Ocuparam a única mesa vazia, Drika e Pepeu ficavam mais em pé do que sentado, gravavam seus stories e cantavam as música que ecoava pelo local. Vicente, por sua vez, se sentou ao lado da namorada e decretou que seria assim que passaria sua noite. Helô de vez em quando se levantava por pura insistência de Drika, para dançar e interagir com os amigos da jovem que também estavam presentes.
V: Amor, não quer ir embora? — a mão alisava a coxa coberta de Helô por baixo da mesa, enquanto segurava um copo de cerveja na outra mão.
H: Tá cedo, Drika vai reclamar se eu ir embora agora. — falou alto tentando sobrepor a voz á música que tocava no local. — Mais uma horinha. — ele olhou ao redor entediado.
V: Sua filha já é grande e pode entender se você ir.
H: Espera mais um pouco, Vicente. — pediu irritada, tirando as mãos do homem de sua coxa. — Você chegou e só ficou sentado aí, não cumprimentou os amigos da Drika.
V: São tudo jovens chato, filhinho de papai, meu amor. Eles nem ligam!
H: O que custa dar pelo menos um oi? — tirou a atenção dele quando sentiu Drika puxá-la pelo braço. — Termina isso logo. — disse apontando para cerveja antes de se levantar e se aproximar da filha, que a chamava impaciente.
D: Olha lá quem chegou. — apontou discretamente com a cabeça.
H: Quem?
A delegada varreu os olhos pelo local até eles focaram no homem de cabelos grisalhos entrando de mãos dadas com uma mulher loira, os dois caminharam até o balcão para pegarem suas bebidas. Drika começou a falar no ouvido de Helô mas ela não entendia uma palavra, nem a música alta era ouvida, porque ela estava mais focada em acompanhar todos os movimentos da mulher loira, que não soltava a mão de seu ex-marido por nada.
Heloísa não esperava encontrá-lo por ali, na verdade, ela queria fugir dele nos próximos dias depois do clima chato que rolou no dia anterior quando Vicente encontrou eles no quarto. Um dos motivos que a fez aceitar o convite de Drika para sair, era que ficar atoa em casa não estava ajudando em não pensar naquele homem, mas não adiantou, visto que ele tinha decidido também curtir o domingo no mesmo bar que ela.
D: Mãe, eu estou falando! — Drika balançou o braço da mulher.
H: O quê que é, garota? — se livrou das mãos de Drika. — Quem é aquela? — perguntei fingindo desinteresse.
D: É a noiva dele, ué. — respondeu também encarando os dois pegando bebida. Drika percebeu a delegada a encarar com a testa franzida, pedindo mais explicação com o olhar.
H: No... você disse noiva? — a voz saiu baixa e Drika só foi capaz de compreender por ler os lábios da mulher.
D: É... bom, se você deixar ele casar, né?! — riu sozinha. — Vocês toda hora voltam, se casam, eu já até me acostumei.
H: Para de falar besteira, o Vicente está bem aqui. — disse entre os dentes.
D: Ele não tá escutando. Vou cumprimentar meu pai. Quer que eu mande um beijo por você? — brincou ganhando um olhar mortal da mais velha. — Tá, desculpa! — ergueu as mãos em forma de rendição.
Heloísa sentiu sua cintura ser tomada pelos braços do investigador, que deixou um beijo em seu pescoço. Drika fez uma careta e murmurou um "que nojeira", que foi repreendido pelo o olhar da delegada. A jovem saiu puxando o marido pela blusa para ir atrás do advogado. Vicente mordiscou os ombros descobertos e moveu os corpos de no ritmo do samba que tocava, fez Helô se virar para ele e roubou um selinho demorado.
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Predestinados
RomanceApós quatro anos divorciados, Helô, uma delegada renomada, e Stênio, um advogado bem-sucedido, se reencontram. As lembranças de romance vivido no passado vêm à tona, trazendo sentimentos há muito tempo guardados.