Comentem para eu saber se estão gostando e voltar logo!!
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Enquanto Drika revirava o guarda-roupa de Heloísa, a delegada andava de um lado para o outro no quarto, falando sem parar, ou melhor, reclamando. A blogueira puxou um vestido e saiu do closet, jogando a peça na cama, onde Dialinda estava sentada, ouvindo tudo que a patroa dizia com atenção, como se estivesse assistindo a um episódio de sua novela favorita.
H: Ela fica o tempo inteiro agarrando ele, passando a mão no cabelo, beijando...
D: Mãe, para de ser exagerada! Eu me lembro que você fazia pior. — provocou, soltando uma risadinha.
Dialinda: Mas, donelô, eles não são um casal? É normal ter essas demonstrações de carinho... — tentou dizer, mas logo se calou ao receber um olhar mortal de Heloísa. — Quer saber? Esquece que eu falei, eu gosto muito desse emprego...
H: Um casal não precisa se agarrar desse jeito em público! Eu hein, parece até adolescentes. Eu nunca fiz escândalo assim no meio do restaurante.
Drika soltou uma gargalhada, jogando-se de bruços na cama, divertindo-se com os ciúmes escancarados da mãe.
D: Fazia pior! Aqueles olhares que você dava pro papai, parecia que ia comer ele na frente de todo mundo. Eu lembro na festa de um ano do Luca, vocês estavam quase transando no beco ao lado do salão!
H: Que absurdo, Adriana! Eu nunca fiz isso! — Heloísa tentou manter a pose, mas seus olhos denunciavam que ela se lembrava muito bem de tudo aquilo.
D: Quer provas? Eu tenho vídeos! A vantagem de ser blogueira é que eu gravo absolutamente tudo. — Drika sorriu maliciosamente, exibindo o celular como se fosse uma arma secreta. — Mas enfim, mãe, tô te avisando... Isis tá acelerando o meu pai pra casar logo, marcando viagem e sabe o que mais? Ela até me perguntou se eu não queria ter um irmãozinho.
Heloísa travou no meio do quarto, cruzando os braços enquanto sentia o ciúme borbulhar dentro dela. Filho? Aquilo já era demais!
Ela respirou fundo, tentando manter a calma enquanto Dialinda a encarava, divertindo-se com a cena como se estivesse no teatro.
H: Ah, ela perguntou isso? E você, o que disse? — A voz saiu calma, mas seu olhar dizia outra coisa.
D: Disse que não, óbvio! Chega de irmãos! Eu nem queria irmãs, e você já trouxe duas de uma vez como se fosse promoção! Tá bom demais. — revirou os olhos. — Se você continuar enrolando com o Vicente, a Isis vai acabar tomando o seu lugar.
H: Que lugar, Drika? Não existe lugar nenhum pra ser tomado! Eu tô separada do seu pai, e estou muito bem com o Vicente! — cruzou os braços, tentando convencer a si mesma mais do que à filha.
Dialinda: Então por que ficou surtando de ciúmes agora há pouco? — Dialinda não resistiu e soltou uma risadinha.
Heloísa: Não é ciúmes! — piscou os olhos várias vezes, num claro sinal de nervosismo. — Eu só acho desnecessário ficar se agarrando em público, só isso.
D: Ah, mãe, me engana que eu gosto. Você fica aí enrolando com o Vicente e vai acabar perdendo o papai de vez.
Nesse momento Creusa apareceu na porta, como quem não quer nada, segurando um pano de prato na mão. Ela observou a cena com um sorriso, como quem já tinha visto aquela discussão mais vezes do que podia contar.
C: Eu já disse isso, menina Drika! Depois a donelô leva um susto e fica chorando pelos cantos. Cuidado pra não deixar a outra fazer a festa, visse?
D: Minha mãe não escuta ninguém, Creusa.

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Predestinados
RomansaApós quatro anos divorciados, Helô, uma delegada renomada, e Stênio, um advogado bem-sucedido, se reencontram. As lembranças de romance vivido no passado vêm à tona, trazendo sentimentos há muito tempo guardados.