13.

249 29 15
                                    

A noite de quinta- feira estava perfeita para beber e colocar o papo em dia. O clima ameno, o céu estrelado, e a roda de samba faziam o bar do Joel o ponto ideal para aquela noite. Guida, como sempre, foi a primeira chegar, Ela adorava sair para beber, e o bar do Joel, em particular, era seu favorito. Helô apareceu logo depois para se encontrar com a prima e a amiga, Maitê . Sem perder tempo, já pegou sua cerveja. Vicente havia avisado que passaria para buscá-la mais tarde, o que a deixava livre para aproveitar a noite.

G: Vocês não vão acreditar quem acabou de chegar. — Guida lançou um olhar por cima do ombro de Heloísa.

M: Quem? — Maitê arqueou as sobrancelhas, curiosa, enquanto tentava identificar quem havia entrado. Guida apontou discretamente com a cabeça, indicando a figura que acabara de entrar. — Quem é?

G: Mulher do Stênio.

Ao ouvir o nome, Heloísa sentiu o corpo enrijecer. Sua mão agarrou o copo de cerveja com mais força, lutando contra o desejo de olhar para trás.

H: Ele veio também? — Ela perguntou, dando um longo gole de cerveja. Guida balançou a cabeça negativamente, e Helô soltou um suspiro aliviado, relaxando um pouco na cadeira.

G: Ela está acompanhada de uma mulher que eu nunca vi antes. — comentou Guida. Maitê inclinou-se para observar melhor.

M: Ela é bonita — disse Maitê, analisando a loira.

Heloísa levou o copo até a boca e bebeu a cerveja, se controlando para não revirar os olhos. Maitê riu ao ver sua amiga fechar a expressão e passar a mão no cabelo tentando disfarçar o desconforto.

M: Mas você é bem mais, Heloísa.

G: Isso é óbvio. – respondeu sorrindo, acenando para a mulher que a cumprimentou de longe. Maitê voltou a encarar a mulher loira.

M: Ela não tira os olhos da Heloísa. Parece que vai voar no seu pescoço, amiga.

G: Deve ser porque a Helô dormiu com o noivo dela naquele dia que disse que ia à praia. — Guida soltou a bomba. Maitê quase engasgou com o drink, arregalando os olhos em choque.

M: Heloísa?! — a delegada deu um tapa no braço da prima.

H: Guida, cala a boca! Não fala isso tão alto! — olhou ao redor. — Quem te contou isso?

G: Você esqueceu que o Stênio é amigo do Moretti? Meu marido me conta tudo. — respondeu, dando de ombros.

M: Você não me contou! — Heloísa soltou um suspiro pesado, olhando para o fundo do copo.

H: Eu não queria lembrar disso... Eu traí o Vicente — murmurou, com a voz pesada de culpa.

Um silêncio pesado caiu sobre a mesa. Maitê foi a primeira a romper o clima tenso, tentando aliviar o peso da confissão com uma pergunta provocativa:

M: Mas foi bom?

Heloísa hesitou antes de responder, sentindo o rosto esquentar.

H: Foi... foi bom, sim. — admitiu. — Mas isso não muda o fato de que eu traí o Vicente. Ele não merecia isso.

Maitê suspirou, pegando a mão da amiga sobre a mesa e apertando-a levemente, em um gesto de conforto. Seus olhos mostravam compreensão.

M: Eu sei que a traição foi errada, mas não dá para negar: você e o Vicente não têm a mesma conexão. Quando fala do Stênio, seus olhos brilham de um jeito diferente. Não é difícil de ver. — disse buscando os olhos da amiga, tentando ler seus sentimentos.

Heloísa se afastou um pouco, soltando a mão de Maitê e esfregando a testa.

H: Você está tentando me ajudar ou me fazer sentir pior?

PredestinadosOnde histórias criam vida. Descubra agora