Mil Noites Pensando Em Você

Casey abriu os olhos quando alguém bateu em sua porta, fazendo a loira se assustar e quase cair do pequeno sofá. Aquilo foi um sonho? Ela acabou pegando no sono? Mas pareceu tão real para ela, realmente estava precisando dormir, estava até alucinando.

A loira levantou-se e foi na direção da porta, logo vendo Elizabeth Donnelly, sua chefe. Seu coração deu uma leve acelerada, normalmente ver sua chefe assim do nada em seu escritório não era uma coisa boa e ela sabia.

A mais nova ainda estava atordoada com o que havia sonhado, principalmente porque sentiu que aquilo realmente aconteceu, mesmo ela só ter dormido no sofá e sonhado com algo que queria que tivesse acontecido, mas que seria impossível, pois sua melhor amiga era uma hétero sexual decidida e sem dúvida alguma sobre seus desejos.

"Você não irá para homicídios."

A mais nova saiu de seus transe  quando  ouviu a voz da mulher, lhe dando sua decisão final sobre um pedido seu. Respirando sua, ela foi até sua poltrona e sentou-se. Casey pediu sua transferência pois não daria conta, ela não conseguia mais lidar com vítimas vivas, com aquelas crianças desoladas, com adolescentes tendo suas vidas arruinadas e pais nojentos, ela tinha vontade de vomitar sempre que um caso envolvia crianças. No seu primeiro caso, que graças a agilidade dos detetives, a criança foi encontrada, ela chorou a noite toda quando chegou em sua casa.

"Eu não consigo mais, excelência. Meu lugar é na homicídios."

"Não, eu não vou tirar você da UVE. Se eu não soubesse que você era uma boa profissional, eu nem teria colocado você nesse cargo."

A mais nova encarou sua superior, seus olhos pareciam distantes, vermelhos e confusos, o cansaço estava estampado em sua face. Casey ainda era uma menina jovem, que ainda estava entrando no mundo jurídico de verdade, vendo como as coisas realmente funcionavam, não era mais uma estagiária, agora ela era a promotora Novak da Vítimas especiais, ela era capaz de enfrentar isso, mas estava deixando seus medos e inseguranças fecharem seus olhos para suas vitórias e destacando suas derrotas e erros.

A mulher mais velha saiu pela porta assim que um fio de voz saiu dos lábios avermelhados da Novak, dizendo um "tudo bem". Ela não tinha mais para onde correr, também não iria pedir demissão, ela nunca faria isso, nem que fosse para salvar sua vida, o trabalho era sua vida e ela sempre se esforçou para conseguir um bom cargo e um bom trabalho, e mesmo sendo difícil, ela iria encarar isso.

Mas ainda tinha algo em seu peito, esmagando seu coração e o quebrando, os sentimentos que nutria pela sua melhor amiga, por sua detetive favorita, sua Liv. Ela teria que colocar esse sentimento em uma caixa e jogá-lo fora no fundo do rio Hudson, assim como qualquer outro sentimento que não seja a coragem, para encarar aqueles casos todos os dias.

Com a cabeça erguida e respiração profunda, Casey pegou sua bolsa que estava  no chão e abriu a porta, precisava ir para casa, tomar um banho, descansar e finalmente colocar seus pensamentos no lugar, ela não poderia permanecer daquele jeito, ela não era uma garota frágil, ela era uma mulher agora e precisava agir como tal.

(.…...)

A água quente cai em seu corpo de forma rápida, percorrendo todas as curvas de seu corpo e depois caindo no chão, descendo pelo ralo. Seus cabelos molhados estavam caídos em seus ombros, cobrindo parcialmente seus seios. Novak estava no banho fazia quase uma hora, ela estava pensando, se perguntando sobre seus próprios pensamentos e tendo pequenas discussões internamente, era assim que ela colocava seus pensamentos no lugar, conversando consigo mesma.

O pessoal do trabalho, os detetives da UVE, lhe chamaram para irem a um bar, ela não tinha certeza, mas parecia que uma antiga amiga  deles estava retornando para a cidade e eles gostariam de comemorar e sair para beberem juntos, mas ela negou o convite. Ela simplesmente não queria sair, Munch compreendeu rapidamente o porquê da recusa e não tentou novamente.

Após desligar o chuveiro, se enrolou na toalha branca e foi até o pequeno espelho do banheiro, vendo sua imagem refletida. Por um momento ela fechou os olhos e imaginou-se com a mulher de cabelos escuros, imaginou-se dormindo em seus braços, aqueles braços que todos se sentiram confortáveis e seguros, onde ela também se sentia segura.

"Não posso amar garotas, não posso..."

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Autora: por favor, me avisem se tiver algum erro.
Espero que gostem!