Doctor Who - Bloodline

O Passado do vilão parte 1

Nota¹: Esse capítulo contém referência ao bullying e tortura além de assassinato.
Esse tem 5 k

        Há muito tempo em uma galáxia muito, muito distante... Certo! Posso estar errada em começar essa aventura dessa forma nada original. Porém, a verdade é que não estou errada.

        Para entender o que vai acontecer aqui, devemos retornar no tempo e como um bom fantasma, posso te levar para lugares que a minha versão viva não pode. E por isso vamos pousar em Gallifrey, antes que continuemos seguindo o Doctor e a mim. 

        Gallifrey fica muito, mas muito distante da Terra e já era um planeta evoluído quando uma rocha se formou ao redor de uma estrela amarela na Via Láctea. E com esse ponto de vista, podemos concluir o nosso ponto. 

        Gallifrey é um planeta formado por um deserto e poucas áreas com árvores. No meio desse deserto se ergue grandes cidades com prédios altos. Só que as cidades não são para o povo comum, mas para o ensino e o governo se estabelecer. Além do mais, geralmente as grandes famílias possuem algo nessas cidades. E para ser de uma grande família, deveria passar pela universidade e mostrar seu valor, afinal, ao sair da universidade você formava uma nova família sem nenhuma ligação com a tua antiga.

        Só tinha um porém, a universidade era modo de falar. Na verdade era como chamavam os Capítulos, ou o lugar onde se ia para estudar. Por isso a separação se dava mais pelo lugar que você estudava, do que pela casa mesmo. E o Capítulo era pela família. No fim, o sangue importava. Em suma, Gallifrey seguia um modelo de castas. 

        Nos Capítulos eram ministrados todo o conteúdo escolar da vida do estudante. Em outras palavras, começava no primário e ia até a universidade propriamente dita. E o início escolar era aos 8 anos de idade. Nessa idade a criança deixava seu lar e passava a pertencer ao Capítulo. Os estudos levavam centenas de anos. Fazer parte de um Capítulo poderia representar uma vida boa e confortável. Ou era isso, ou viver no deserto.

        O mais importante Capítulo era o Prydonian Chapter. Como cada Capítulo era dedicado a um fundador da sociedade dos Senhores do Tempo de Gallifrey, esse era de Rassilon, o primeiro e maior Presidente da sociedade. Só entravam nesse Capítulo as famílias que eram "sangue-puro". Ou seja, eram Senhores do Tempo pela biologia e não por ter sido tornado simplesmente por passar nos exames. 

        Esse Capítulo era famoso por ter Senhores do Tempo condenados por crimes e alguns renegados. Esses últimos eram mais problemáticos. Também eram conhecidos por serem os mais inteligentes e com o melhor estudo. Neste Capítulo se aprendia muito mais do que nos outros, o que geralmente criava os únicos viajantes do tempo.

        E é assim que conhecemos o Doctor adolescente. Nessa época ele não tinha esse nome, mas vamos chamar assim.

        Como de costume, ele foi tirado da sua família aos 8 anos e levado para o Prydonian Chapter. Seu sonho era basicamente ser um viajante do tempo, mas logo isso foi tirado dele pelo fato de todo o tempo e espaço já ter sido desbravado. E como os Senhores do Tempo tinham a regra de não intervir em absolutamente nada, tudo ocorre normalmente.

        E tinha outros detalhes que fizeram o pequeno Doctor se decepcionar e ter seus sonhos destruídos. A própria universidade, ou no caso, o Capítulo. Prydonian não recebeu sua fama da noite para o dia. Quem pra lá ia, geralmente não gostava dos mais fracos ou quem não era como eles. 

        O Doctor era uma criança assustada e com bastante trauma. Desde o início foi declarado que ele nunca seria um Senhor do Tempo completo. Ele não era corajoso ou forte. Ele não era destemido e um pouco covarde para os padrões. E isso fazia dele um alvo fácil. Por isso ele passou a frequentar uma pequena casa fora dos muros da cidade. Essa casa era onde guardavam ferramentas de trabalho e comida para os animes. Aquele era o seu esconderijo, nem tão secreto, já que as pessoas responsáveis sabiam onde encontrar ele. E era lá que passou a dormir e até se alimentar, já que tinha sempre alguém para levar comida para ele. Por isso colocaram uma cama em um segundo andar, onde ele poderia ficar sem atrapalhar os trabalhadores.