O Passado do vilão. Parte 3

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        Gallifrey, bilhões de anos atrás

        A mulher era conduzida por soldados usando umas armas parecidas com bastão, mas que poderiam atordoar ou explodir um ser maior que uma baleia-azul. Para se ter ideia, a baleia-baleia-azul tem 30 metros e mais de 150 toneladas. O que aquela simples arma poderia fazer com um Senhor do Tempo que em tese tinha a forma humana e o tamanho e peso igual a nós? Não seria bom saber.

        Seja como for, a mulher seguia sem mostrar preocupação nenhuma. Ela era uma cientista renomada, mais precisamente uma neuroquímica. A mulher, como era de conhecimento geral, fazia parte do Deca, o grupo mais polêmico do Prydonian Chapter. Era de conhecimento também que esse Capítulo sempre formava Senhores do Tempo renegados e alguns criminosos, o que não seria portanto uma surpresa ela estar indo a julgamento pelo grande conselho. Entretanto, nenhum grupo chamou tanta a atenção como o Deca.

        O Deca possuía dez membros que questionavam as regras dos Senhores do Tempo e não tinham medo de quebrar as maiores delas. Dos dez membros, três eram os mais populares. Apesar disso, o Conselho preferia apenas chamar a atenção uma vez que raramente eles iam longe... Bom, o Doctor tinha sido expulso da academia recentemente e iria passar alguns anos sem poder pisar na universidade e concluir seus estudos. Nada demais! Ele irá voltar e receber seu diploma de doutorado. 

        Mas o assunto é a mulher. Devo dizer que ela estava algemada com grossas algemas. O que uma neuroquímica poderia ter feito para ser presa? Ela foi colocada em uma cadeira. À sua frente estavam alguns homens e mulheres usando roupas com grandes casacos vermelhos e uma gola na parte de trás da cabeça que ficava levantada. A gola formava quase um encosto para a cabeça.

        — Uxas... — Um homem que estava no centro dos demais começou a falar, mas logo foi interrompido.

        — Por favor! Estamos em um lugar formal. — A mulher falou. — Meu nome não é Uxas... Não aqui. 

        — E qual seria?

        — The Rani. — Ela falou com um sorriso.

        — Rani? — Outra mulher que julgava falou. — No idioma humano conhecido como sânscrito o termo significa princesa. Você se considera uma princesa? 

        — E qual o problema? — Rani questionou. — Temos o Conquistador, o Bispo... Qual o problema com uma princesa? 

        — Seja como for, Rani, você está em julgamento por um crime. Sabe dizer qual a acusação? — O homem perguntou sem emoção.

        — Espera-se que eu abandone minha pesquisa por causa dos efeitos colaterais em espécies inferiores? Você está preparado para abandonar a caminhada no caso de esmagar um inseto sob os pés?

        — Você considera que a sua criatura foi como pisar em um inseto por acidente?

        — Não, lorde inquisidor! A minha criatura foi uma obra prima. O que ela fez foi somente o que seres superiores fazem com os inferiores. Não é essa a regra da natureza? Vocês a mataram, isso sim que é um crime.

        — A tua criatura ameaçou todas as pessoas que vivem nessa cidade. A morte da criatura foi necessária para salvar vidas. 

        — Se as pessoas morressem só iria significar a superioridade da minha criatura. Ela estava com fome. Quando nós estamos com fome e queremos carne, o que fazemos? Matamos um animal e comemos. A criatura não faria nada diferente do que já fazemos.

        — Você não tem ideia do que fez, não é? Temos informações tua na universidade. É uma boa aluna e sempre foi excelente em tudo, exceto com máquinas. Parece que esse último era talento do Doctor. Outro que foi expulso por causa das suas invenções.

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