Enterina 1

Capítulo 4

Risa

Depois da minha arriscada decisão de aceitar o meu tal "destino e propósito de salvar os oprimidos da tirania do reino do norte e acabar com a guerra em Enterina",a velhinha que me acolheu disse-me que eu e Jang Uki, o menino amarelo que é praticamente filho da mesma,ainda que os dois não se pareçam em termos de aparência física, vamos nos mudar para o reino do norte, mais especificamente para a cidade de Lunai.

Eu irei morar com uma família de gigantes, no território central que encontra-se na posse do Reino do norte. A família Titan é grande amiga da senhora mais velha que ainda não me disse seu nome.
"Bem eles com certeza são grandes amigos."- rio-me mentalmente da minha piada.
Os gigantes estão a par do meu "propósito" e concordaram em me ajudar a concretizá-lo.
A velhinha disse-me que vem falando-lhes sobre mim desde que soube a data exata em que eu iria aparecer.

Jang Uki irá morar numa casa próxima da minha, ele alugou um quarto e terá que dividir a casa com outras pessoas, como uma espécie de republica.

Neste momento estou me arrumando para sair, a meio da tarde, irei dar uma volta pela cidade em que estamos agora, Threvir, com Uki.

A velhinha sugeriu que eu conhecesse esta cidade antes de partir, e ordenou Uki a servir de guia turístico.

Eu troquei de roupa, tomei banho no lago perto da clareira, me livrei do top com mangas rasgadas e do tutu prato verde, agora visto uma longa saia e uma camiseta, emprestadas pela mais velha. Em meus pés calço uma sandália rasteira.

-Está pronta?- Uki surge entre as árvores.

Concordo com a cabeça em resposta.
Ele nada diz, apenas vira as costas fazendo um sinal com os dedos para que eu lhe seguisse.

Seguimos em frente pela floresta, por caminhos de terra batida. Após alguns instantes seguindo em frente, chegamos a uma autoestrada movimentada, por onde o engarrafamento de cavalos, bois e outros animais impossibilitavam a circulação pela via.
Nós temos que passar para o outro lado para ter acesso a cidade, então só esperamos o semáforo ficar vermelho para atravessar a rua, que ao invés de carros, tem animais.
Os carros sobrevoam, acima das nossas cabeças.
Me admira que os animais saibam quando parar, ou ganharam consciência ou são controlados por magia.

-É magia.- responde Uki ao observar o meu olhar confuso.

-Impressionante. -murmuro.

Ele suspira.

-Bem, no mercado pelo qual vamos passar há todo o tipo de coisa.- declara ele, tentando puxar assunto.

-Estou ansiosa para ver.- afirmo com um sorriso amarelo.

Ele me responde com um sorriso descontraído.

Quando viro o meu olhar para frente me deparo com um típico mercado medieval.
Eu sempre quis visitar um, apesar de claramente preferir um shopping center.

As barraquinhas erguem-se em fileira, umas seguidas as outras, há barracas de comida, bijuteria, roupas... É uma típica feira.

Estou vendo de perto o horizonte que observei quando subi a árvore e contemplei a cidade ao longe, agora consigo vê-la de perto, ao vivo e a cores com mais detalhes como a nitidez do azul das barracas.