Enterina 1

Capítulo 7

Risa

Saio de casa, e deixo a porta aberta, pois ela é imensamente gigante e pesada para eu a conseguir fechar.
Espero que seja seguro.

-Olá amiguinha, quer que eu feche a porta para você?- uma voz surge ao longe e logo sinto um tremor de terra.
O gigante vizinho se oferece para me ajudar.

Não sei até que ponto posso confiar, mas antes isso do que deixar a porta aberta.

-Se puder me fazer esse favor, agradeço.- declaro num tom audível e penso que o gigante ouviu pois logo tratou de fechar a porta que se tranca automaticamente, percebi isso ao ouvir o clique da fechadura quando a grande porta bateu atrás de mim.

-Obrigada!- agradeço.

-A seu dispor senhorita, tenha uma bom dia!- o gigante reponde me educadamente enquanto passa por mim, me contornando, como faço para tentar não pisar as formigas que vejo no chão.

Sozinha na rua repleta de casas enormes a minha volta sou incapaz de observar o céu, até porque há uma forte neblina que toma conta da atmosfera, sinto me em Londres mas um pouco pior e mais tenebroso.

Sigo em frente até virar a direita para ter acesso à rua de casas de tamanho normal, mas mesmo assim grandes e assustadoras como o castelo do drácula.

Ao deixar as casas gigantes para trás posso finalmente observar o céu. O céu do território norte ergue-se acima da cidade em um tom verde-escuro.

"Parece que estou na cidade do Eduard de crepúsculo"- associo mentalmente.

Há tanta neblina que mal consigo ver o Sol, irei ter tanta falta de vitamina.

Finalmente paro em frente a nova casa de Jang Uki, olho para cima da grande construção de dois andares em madeira, com janelas em arame preto e formato de meio círculo.
Vejo um raio cair sob o teto triangular e em telha cinzento-escura.
Quando senti um calafrio e de seguida os primeiros pingos de chuva que caiam, então me apressei em dar três precisas e sistemáticas batidas na porta de madeira a minha frente.

-Uki! Uki, sou eu!- chamo pelo rapaz.

Não demorei a ouvir o som da fechadura a destrancar a porta, e logo me deparo com um Uki com olheiras enormes debaixo dos olhos puxados,a minha frente.

-O que aconteceu com você?- pergunto receosa de os seus novos colegas de quarto terem feito algo de mal para ele.

Ele esboça um sorriso divertido.
-Eu não dormi nada,mas tive a melhor noite da minha vida!- exclama ele alegremente.
-E você?

-Bem eu posso dizer que fiz precisamente o contrario de não dormir e também tive a melhor noite da minha vida.- afirmo em tom de ironia.

Ele me dá espaço para adentrar dentro da casa e me deparo com uma construção simples,mas tão sombria por dentro quanto é por fora.
As paredes de madeira escura, o chão também de madeira, revestido por um carpete vermelho vinho.

Uki fecha a porta atrás de nós a trancando outra vez, passa por mim e chama seus amigos para baixo com o seguinte comunicado:
-Pessoal, ela chegou!- grita o menino.

Não tardou para que eles descessem todos os três pelas largas escadas.
A primeira pessoa que me chamou a atenção é uma menina baixa, de pele pálida e cabelo Chanel com uma franja curtíssima.

De seguida os meus olhos captam um homem, ou o que penso ser um homem, com o cabelo à frente da face, cabelos pretos, selvagens e encaracolados escondem a face do menino que veste uma regata preta com o símbolo de uma caveira, uma calça jeans e um cinto com pequenos espinhos de metal.