Capítulo 13

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Uki

Levanto em um solavanco, ao ouvir a voz desconhecida e jovial de um homem.
Está tudo escuro na cabana, a vovó fala com alguém e faço o minimo de silêncio para descodificar o que a mesma diz.

-Você, meu rapaz, foi escolhido para libertar os gigantes e eu guiá-lo-ei nesta longa jornada.- profere a mais velha.

Sinto a sensação de déjà-vu, ao ouvir suas palavras, mas não entendo porque.

-Uki?- ela percebeu que estou acordado.
-O que quer meu pequeno? Já irei trazer mais leite para você.- murmura docemente a mais velha.

-Aguarde aqui fora, por favor, meu jovem.- pede ao homem desconhecido.

Não consigo ver o rosto do homem, mas sei que é jovem e alto.

-Prontinho.- a minha avó entrega-me uma grande caneca de leite morno.
-Beba, tudinho e durma.- ordena com doçura e ao mesmo tempo uma certa rispidez.

Deito me na cama, encostando-me à parede para beber da caneca, não tardo a sentir uma enorme sonolência e os olhos pesam até se fecharem.

Abro os olhos e esta escuro, ainda está de noite, o meu sonho é confuso, penso que talvez tenha sido uma memoria, mas não tenho certeza.
Talvez de manhã eu questione a minha avó sobre o tal homem do meu sonho.

É a primeira vez que prego os olhos em dias, não durmo bem desde o ataque que sofremos há duas semanas atrás na capital. Aqueles homens misteriosos sequestraram Risa, não sabemos bem porque e nem onde ela foi parar, porém temos esperança de a encontrar por perto.

Regressamos à Lunai, com muitos pontos de interrogação na cabeça. Suspeitamos que Toí tenha algo a ver com seu sumiço, porém, este recrutou-se para o exercito do rei, parece que vai dar continuidade ao legado do pai, o que torna quase impossível chegarmos até ele sem nos denunciarmos.

Onde quer que esteja, Risa, espero que esteja bem.

...

-Avril!- Ann sibila ao perceber que estou a escorregar do grande paredão de tijolos branco creme.
Ann puxa a corda que me segura a ela com toda a força que consegue.
As minhas mãos se fecham ao redor da forte corda de aço, até causar feridas ardentes.
Tento escalar a parede, me puxando pesadamente pela corda.
O meu rosto se contorce em uma expressão de força, sinto todos os músculos da face  contraírem-se em um cerra de maxilar tão forte que os meus dentes rangem.

Uma luz azul claro é direcionada à nós.

-Droga, ele nos viu.- sussurra Ann, referindo se ao guarda careca que observa há uns 5 metros abaixo de nós.

Como um reflexo de adrenalina, desato-me a correr, em escalada, lançando me em direção ascendente.
Um urro de força e dor escapa pelos meus lábios.

Ann agora encontra-se alguns passos atrás de mim, cansada demais para se puxar para cima.

Ouço o cortante som de uma bala, desferida em nossa direção. Estão a tentar nos acertar com um tiro tal e qual quando caçam os pássaros.

Uma bala passa de raspão pelo braço de Ann e esta urra de dor, quase largando a corda, mas mantem-se forte e num laivo de adrenalina arranja forças para correr comigo.

Enterina 1Onde histórias criam vida. Descubra agora