Capítulo 11

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ㅡ Meredith? ㅡ chamou Melaine da sala. ㅡ O que é isto?

Meredith enxugou as mãos numa toalha de papel e atravessou a sala de jantar, parando ao ver a pilha de caixas amarradas com fita verde.

ㅡ Bem, querida, por que não descobrimos juntas? ㅡ parando ao lado da mesinha de café, viu o cartão preso na caixa maior. Era endereçado a ela.

"Gostaria que mostrasse mais dos seus talentos escondidos". Junto às caixas, estava um dos esboços que fez de Melaine, com um bilhete. "É lindo, você conseguiu retratá-la perfeitamente." ㅡ Addison.

ㅡ De quem é? ㅡ perguntou a garotinha, saltitando em volta das caixas, na expectativa de ganhar um presente.

ㅡ O bilhete diz que a caixa de cima é sua... ㅡ soltando as fitas, entregou a caixa à menina, que se sentou no tapete para abri-la. Dentro havia lápis de cor, purpurina, guache, lápis de cera, aquarelas e papéis. ㅡ É da sua mãe. ㅡ disse Meredith, e Melaine ergueu o olhar, sorrindo.

Meredith também sorriu. Addison tinha pedido desculpas à filha do único modo possível no momento. Melaine perguntou se podia usá-los, e Meredith assentiu, dirigindo-se à sala de jantar, onde colocou uma toalha velha sobre a mesa, para protegê-la das tintas. Em seguida, entregou à menina uma xícara de água, explicando como poderia pintar.

Depois de ter acomodado Melaine, voltou à sala de estar e olhou as caixas. Com um suspiro, abriu a primeira e encontrou tudo que precisaria para desenhar, além de papéis especiais. A segunda tinha aquarelas, uma palheta e pincéis, a outra tinha um cavalete e um banquinho, além de um bilhete.

"O quarto amarelo, na ala oeste, é o que tem a melhor luminosidade, além da linda vista do rio e da cidade." ㅡ Addison.

As lágrimas encheram os olhos de Meredith, que sentiu a garganta apertada. Ninguém nunca a elogiou por outra qualidade que não fosse sua beleza. Mesmo tendo vários desenhos espalhados pelas paredes do apartamento, Dianna nunca notou, nem fez algum comentário. Ela adorava desenhar e pintar, mas desistiu disso por coisas que julgou serem mais importantes na época. Havia uma sensação de liberdade que apenas a arte podia lhe dar. Criar algo do nada era como uma mágica poderosa. E Addison lhe deu tudo isso novamente.

ㅡ Também ganhou presentes. ㅡ disse Melaine, aparecendo ao lado dela e espiando as caixas.

Meredith acariciou os cabelos ruivos da menina e sorriu.

ㅡ Não é lindo? Teremos de arranjar um lugar especial para trabalhar.

Melaine concordou, voltando para a sala de jantar para terminar o que estava fazendo. Meredith sentou-se no sofá e pegou o estojo com os lápis, imaginando o que desenharia em primeiro lugar. Queria agradecer, mas sabia que Addison não iria recebê-la. Além disso, tinha muito o que fazer. Depois que Melaine terminou o primeiro desenho, pregou-o orgulhosamente na geladeira, antes de levá-la para o banho.

Não foi fácil acalmar a menina, que queria experimentar tudo, mas depois do banho e de uma história, conseguiu colocá-la na cama. A caixa com os presentes ficou na mesinha, ao lado da cama, como se isso deixasse a mãe mais próxima.

Deixando a porta de Melaine entreaberta, Meredith parou no corredor, olhando para a escada que levava ao andar de cima, imaginando o que Addison estaria fazendo. Não falou com ela desde a noite anterior. Tão pouco Addison a chamou pelo interfone, nem apareceu nas sombras. Era como se tivesse revelado coisas demais e agora quisesse manter distância. Ainda assim, lhe deu um presente maravilhoso.

Era uma mulher complicada.

Depois de tomar banho, vestiu o roupão e desceu ansiosa para experimentar os novos lápis e crayons.

A Bela e a Fera - MeddisonOnde histórias criam vida. Descubra agora