Capítulo 1

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Meredith Grey ergueu o olhar para o castelo de pedras cinzentas e imaginou o que encontraria lá dentro. A princesa encantada ou um dragão- fêmea?

Um dragão-fêmea provavelmente imaginou se fossem verdadeiros os boatos que ouviu do pessoal da cidade, na viagem de balsa até a linda ilha. "Será que Addison sabia como era temida?" pensou, observando as pedras enormes e as janelas em arco, enquanto o táxi entrava no caminho que conduzia à entrada. A enorme estrutura tinha até ameias, além da torre principal.

Meredith via apenas solidão por toda parte.

ㅡ Senhorita... ㅡ disse o motorista, ao parar em frente da casa enorme. ㅡ Tem certeza de que é este o lugar aonde quer ir?

Por que todos na ilha perguntavam a mesma coisa, como se estivesse indo para a forca? A senhora Montgomery era apenas uma mulher, nada mais.

ㅡ Sim, tenho certeza, Sr. Pinkney. ㅡ respondeu, sem olhar para o motorista de meia-idade.

ㅡ A Senhora Montgomery não é do tipo simpática, como deve saber.

ㅡ Não é de admirar, já que todos agem como se ela fosse capaz de morder, não acha? ㅡ dessa vez ela fitou-o diretamente, erguendo uma sobrancelha.

O homem corou e então olhou novamente para a casa.

ㅡ Os boatos devem ter algum fundamento. ㅡ resmungou, saindo do carro para pegar a bagagem de Meredith.

Ela também saiu do carro e acompanhou-o, subindo os degraus da entrada.

Como uma serva da rainha, havia sido contratada para ajudar a filha de quatro anos de Addison Montgomery a acostumar-se a viver ali. A morar com uma mulher reclusa, que vivia trancada num castelo, longe de qualquer contato humano.

Pelo jeito, teria um bocado de trabalho, já que, de acordo com os boatos, ninguém pusera os pés na casa, além dos entregadores, nos últimos quatro anos.

Meredith sentiu pena da garotinha, que acabará de perder a mãe e tinha sido afastada de Addison. Meredith estava ali para conhecer o local, antes de a menina chegar.

O Sr. Pinkney colocou as malas no chão. Ao virar-se para pagá-lo, Meredith percebeu que escrevia algo num pedaço de papel. Assim que lhe entregou o dinheiro, o homem estendeu-lhe o papel.

ㅡ Aqui está meu telefone. Se precisar de alguma coisa é só chamar.

O gesto deixou-a comovida, mas não era necessário.

ㅡ Ela não é um monstro, Sr. Pinkney.

ㅡ É sim. Grita com qualquer um que pisar nas terras dela, e quase fez picadinho do pobre garoto que entrega as compras da mercearia. Detesto pensar no que ela pode fazer com a senhorita. ㅡ e quando Meredith olhou-o com firmeza, o motorista olhou novamente para o castelo e suspirou. ㅡ Esta casa foi construída muitos anos atrás, por um homem que a ergueu para a noiva. Ela queria viver como uma princesa, e ele procurou atender esse desejo. Trouxe cada pedra do continente, e muitas coisas vieram da Inglaterra ou da Irlanda, pelo que ouvi dizer. Ela morreu antes que a casa estivesse terminada, ou antes, que o rapaz tivesse chance de casar-se com ela.

"Que história triste", pensou, mas logo ergueu o queixo.

ㅡ Está agindo como se a casa fosse assombrada, ou amaldiçoada.

O Sr. Pinkney não disse nada, olhando as pesadas portas duplas de madeira, como se fossem a entrada de uma caverna. "Que bobagem", pensou Meredith, erguendo a aldrava de bronze para bater na porta. Era a cabeça de um dragão.

Bem, Sra. Montgomery, se queria manter as pessoas longe daqui, tem feito um bom trabalho.

Ela bateu e esperou.

A Bela e a Fera - MeddisonOnde histórias criam vida. Descubra agora