Capítulo 23

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No dia seguinte, eles retiraram Nick do amansador, ele estava com as mãos amarradas, em seu olhar era nítido o quão abalado estava com tudo aquilo.

Sarah olha para Rue, que estava ao seu lado, a garota com os olhos arregalados, completamente horrorizada com aquela cena.

- Rue, vai pra sua cabana, não quero que veja isso, entendeu?

Rue não conseguiu dizer nada, seus olhos estavam cheios de lágrimas, apenas assentiu com um movimento de cabeça e saiu correndo do local.

Ver a Rue daquele jeito a fazia se sentir ainda mais culpada.

- Por favor, Alby - implorou Nick, com a voz trêmula- Juro que foi tudo por causa da Transformação, eu perdi a cabeça por um segundo - Por favor, Alby, por favor-
Cada palavra do garoto era como um soco no estômago de Sarah, fazendo-a se sentir pior.

Alby não o respondeu, apenas concordou com a cabeça para que Minho prosseguisse com o banimento, Nick se jogou no chão, ficando de joelhos, uma gosma preta saiu de sua boca, Minho cortou a corda que amarrava suas mãos.

- Por favor, me escutem- implorou Nick.

Minho estava cabisbaixo, os ombros caídos, ele olhou para Alby e ele assentiu, ele pegou uma bolsa e a arremessou para dentro do labirinto.

- Postes!- comandou Alby.

Todos abaixaram os postes, apontando para Nick.

Eles empurravam os postes para frente, Nick relutava no chão.

-Não! Não façam isso.

Nick se levantou e seus olhos se encontraram com o de Sarah no meio da multidão, seus dentes cerrados enquanto a encarava, os olhos de Sarah se encheram de lágrimas.

Os garotos continuaram a empurrar os postes e Nick foi jogado para dentro do labirinto, e os muros se fecharam.

Sarah colocou as mãos na boca tentando abafar o choro.

- Ele pertence ao labirinto agora- disse Alby.

Todos saíram de lá, completamente desapontados com tudo aquilo.

Sarah correu para a floresta, sua visão estava embaçada por conta das lágrimas, tentava controlar a sua respiração, a cena do garoto não saía de sua cabeça, ele implorando desesperadamente para que não fizessem aquilo, Sarah abraçou os joelhos e abaixou a cabeça, ela se inundou em lágrimas.

Sarah sentiu alguém a abraçando, era Caçarola, ele não disse nada, imaginando que era apenas aquilo que Sarah precisava naquele momento, era um momento completamente delicado, palavras não adiantariam nada àquela altura, um simples abraço já quis dizer muita coisa, para Sarah era como se Caçarola estivesse dizendo "Estou aqui para o que precisar, sempre, sou seu melhor amigo" Para Sarah, aquele abraço já bastava.

- Obrigado- sussurrou Sarah em meio às lágrimas, foi só o que ela conseguiu dizer.

Caçarola esfregava as costas da garota, para lhe transmitir conforto.

Um sorriso surgiu em meio as lágrimas da garota, Caçarola é uma pessoa muito importante pra ela, sempre teve paciência para ouvi-la desabafar, para Sarah, apesar do futuro de todos ali ser incerto, queria aproveitar os amigos que tem enquanto pode fazer isso, porque se Nick foi infectado, quem garante que mais alguém ali não seja? E se fosse o Caçarola ali? Ou seus outros amigos? Nem conseguia imaginar como se sentiria em ver algum deles sendo banido em sua frente, assim como teve que ver Nick naquele estado, ela não suportaria toda essa carga.

- Caçarola- Sarah secou suas lágrimas- E se a gente escrevesse o nome de todos da clareira nos muros? Somos uma família, né? Agora mais do que nunca devemos estar unidos.

- Eu amei a ideia- respondeu Caçarola- Vamos falar sobre isso com o Alby depois, mas eu tenho certeza que ele vai concordar com isso.

Um leve sorriso se estampou no rosto de Sarah, havia esperança em seu olhar.

Sarah ouviu um barulho entre os galhos, então direcionou o seu olhar para a árvore que estava em sua frente, o que ela viu chamou a sua atenção, ela se levantou e foi até a árvore.

- O que foi?- Caçarola quis saber.

Sarah levou o dedo indicador para os próprios lábios, indicando para que Caçarola fizesse silêncio, afinal não sabiam o que aquilo poderia ser.

A Cura Do Amor| Uma História Maze RunnerOnde histórias criam vida. Descubra agora