Capítulo 4

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~ Sexta feira. 19 de Abril de 20XX~


~ Point Of View Alice Yana de Escobar ~


O casal tinha me deixado no colégio logo depois de terminamos a nossa conversa, eles acabaram me fazendo tomar café da manhã com eles, com direito a waffles e panquecas fofinhas cheias de coberturas e coisas doces e entre outras coisas de cafeterias caras do lado nobre da cidade. Um croissant recheado custava no mínimo uns 10 dólares, e tinha os que custavam 20. Porra. Mais fácil comprar pão, queijo e presunto e meter dentro. Dez dólares. Um croissant. Bom.. Admito que eram enormes, deve ser pra compensar o custo eu acho. E recheados o suficiente. Eu nunca fui de comer muito, afinal a comida do orfanato mesmo que fosse feita com carinho pelas cozinheiras, não era algo surreal de bom. A não ser quando era lasanha.

Essa manhã eu consegui comer o suficiente para passar o resto do dia empanturrada. O casal pareceu extremamente contente com isso, então não me incomodei nem um pouco de comer tudo o que me ofereciam. As onze e meia da manhã eles me deixaram na frente do colégio como eu tinha pedido mais cedo. Perguntaram se eu iria para casa deles logo hoje e eu respondi algo como " vou aproveitar o resto do dia para me despedi dos meus amigos, não sei quando vamos nos ver de agora em diante. Eu.. posso dormi na casa deles ? " o casal nem pensou a respeito. Eles rapidamente concordaram. Isso me deixou bem feliz na real.

Eu voltei a entrar no colégio, carregando minha mochila e a do Jack, indo diretamente para o meu armário e tirando o skate do mesmo, e algumas velharias minhas que continuavam ali, cadernos de desenhos, bolsinhas com fumo orgânico, seda, isqueiro e dichavador que ganhei de presente do Jack quando fiz 15 anos. Sim, eu já fumava com os 15 anos. Como eu não tinha dinheiro eu comprava um saquinho de fumo e misturava com ervas da cozinha, camomila, hortelã e qualquer outra coisa que fosse cheirosinha e tragável. Admito que era bastante engraçado a ideia de estar furtando pequenas quantidades de ervas finas da cozinha.

Tinha um molho de chaves também, uma mistura de chaves de fenda entre outras com laminas e tesouras. Foi um presente do Carl. As palavras dele foram a seguinte "como você não tem idade e nem maturidade, ainda não posso te dar um canivete, mas isso aqui vai poder te ajudar tanto quanto um" o miserável é só um ano mais velho que eu. Como diabos ele pode falar com tanta audácia assim. Maturidade. Ele tinha só 16 na época. E carregava um bastão de basebol como se fosse sua namoradinha pelos cantos.

Logo depois de limpar o meu armário de todas as minhas tralhas e presentinhos fofos, eu finalmente voltei para a secretaria, entregando as chaves do armário. É isso. Era isso que faltava.

Segui diretamente para a área externa do colégio, iria ficar esperando o pessoal sair do almoço. Foi tempo o suficiente para que eu escutasse todas as musicas do meu mp3. Descarregasse o mesmo e o guardasse na mochila. Seguindo para o meu tocador de fita.

Estava prestes a colocar o fone antigo dos anos sei la, 90 ? deve ser.

- Você ta aqui de novo ? eu não acredito nisso. Você realmente veio atrás de mais uma surra ? não tínhamos finalmente dado um fim nessa sua raça imunda ? – a voz do Robert ecoou pelo pátio, ergui os olhos parando no meio caminho de por os fones de ouvido. Deixo os mesmos escorrerem para o meu pescoço e torço os meus lábios rapidamente. Puta merda. eu não consigo ter um dia de paz nesse inferno de vida.

- a vamos lá Robert seu filhote de asno! Qual é a minha raça se não a mesma que a sua? – minha expressão se encheu de desgosto enquanto os seus amiguinhos riam. Como ele pode ter passado de ano assim? Porque infernos eu reprovei enquanto esse infeliz consegue passar ?

My Darling Sister - Romance SáficoOnde histórias criam vida. Descubra agora