Capítulo 11

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- Scar, não!
- Porfavor.
- Não posso.
- É só um jantar.
- Independente disso. Eu não posso.
- Por que?
- Eu namoro.
Ele pensa um pouco, tentando arrumar um método pra me convencer. Ele diz:
- Eu ainda te amo, você sabe disso. Mas só quero ter nossa amizade de volta.
- Ex não pode ser amigo.
- Não vou tentar te convencer a ficar comigo, sei que você prefere aquele moleque.
- O "moleque" tem nome.
- Enfim, sei que você prefere o Atlas. Só quero ser seu amigo, não posso ter o seu amor, então vou tentar ser seu amigo.
Ainda te amo, Scar. É por isso que não posso aceitar jantar com você, porque isso vai fazer com que eu mude de ideia sobre eu e o Atlas. Eu prefiro você, mas isso não é justo com o Atlas. Tenho que ficar com ele enquanto posso. Falo:
- Escuta, eu não posso fazer isso com o Atlas.
- Você me ama?
- Amo, mas não é justo com o Atlas. Não posso fazer isso.
- E é justo com você? Pare de colocar ele a cima do que você quer.
- E fazer o quê? Trocar ele por você?
- Sei que faz um tempo, mas... me dá uma chance?
- Pra?
- Eu te provar que você merece alguém melhor doque o Atlas.
Isso parece uma péssima ideia, tenho certeza que vou me arrepender. Mas estou curioso sobre como isso tudo vai acabar. Falo:
- Tá, mas se você me magoar ou fazer algo que eu não gosto. Te tiro da minha vida... pra sempre.
- Sim, senhora.
- Ainda obediente?
- É claro. Tenho que obedecer a minha rainha.
Lembro disso, estávamos conversando sobre impérios e ele disse que eu era a rainha do nosso império chamado namoro. Rio levemente e digo:
- Verdade.
- Faz um poema pra mim?
- Tá.

. . .

Em sombras densas, a mente vagueia,
No abismo profundo, sem esperança.
A luz, distante, pouco clareia,
Enquanto a alma em tristeza dança.

Caminhos perdidos, ecoam vazios,
E a vida parece um sonho ausente.
Gritos silenciosos, dor nos desvios,
Em um coração que chora, descrente.

Olhos opacos, sem brilho ou cor,
Buscam refúgio, mas não encontram.
Em mares de lágrimas, um clamor,
Por um alento que os dias desmontam.

Mas mesmo na noite mais escura,
Há sempre uma centelha, uma faísca.
Pois, na dor, a força pura,
Que ao amanhecer, a alma ressuscita.

Mostro a página pra ele, Sacar lê rápido então em menos de 1 minuto. Ele diz, olhando pra mim:
- Que sombrio.
- Verdade.
- Por que algo tão triste?
- Não sei, lembrei da sua madrasta... desculpa, foi escroto.
- Está tudo bem, ela está melhor agora.
- Que bom.
Olho pros lábios dele e sinto falta daquela maciez e do saber doce dos lábios dele. Ele sabe que estou olhando, ele se aproxima e me beija.
Me odeio por isso, mas esse com certeza, é o melhor beijo que já senti na minha vida. Sinto muito, Atlas. Sinto mesmo.
Sinto a língua dele e nossos beijos sempre parecem uma dança lenta. Passamos vários minutos nos beijando, nos separamos pra pegar ar e falo:
- Isso é errado.
- Verdade, mas é isso que você quer.
- Ainda é errado.
- Não é justo com você, estar em um relacionamento em que você não está completamente feliz. Não é justo com o Atlas também.
- Vou pensar no que fazer.
- Pense bem.
Acho que estou querendo mais o Scar doque o Atlas. Espero tomar a decisão certa.

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⏰ Última atualização: Jul 06 ⏰

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