MÊS: Dezembro
Finalmente chegou as férias, chegou meu descanso de 3 meses e meio do colégio e do vôlei, fico um pouco triste, mas preciso de descanso e adoro dormir e ficar com Atlas. Nas férias estaremos grudados e nos amando intensamente, estou ansiosa para quando ele passar por aquela porta e me comer por quanse 40 minutos.
Mas de repente, ouço meu nome, vou até a janela do meu quarto e vejo um fantasma. Alguém que é como um fantasma para mim. Quanto tempo faz? Não lembro agora, o choque é maior que minha memória e capacidade de me mover. Ele me olha e sorri, seus olhos verdes como uma floresta olham os meus e sinto o ar mais pesado. Algo naqueles olhos mexem comigo e ainda mexem. Ele não mudou nada.
Saiu do meu quarto, desço as escadas correndo, abro a porta da entrada e vou até ele. Ele continua lindo e encatador. Ele diz com aquela voz profunda que emite carinho e doce, mas profunda:
- Você não mudou nada. Continua linda, qual seu segredo?
Um nó se forma em minha garganta, aquelas palavras, mesma palavras antes ditas. Ditas há anos atrás. Meu Deus! Sinto o ar ainda mais pesado, me sinto fraca! Engulo o nó e digo:
- Você também.
- Não vai mesmo me contar seu segredo?
Rio um pouco, continua engraçado como sempre, Scar. Amo seu apelido e ainda o uso quando você passa em minha cabeça as vezes. Digo:
- Não vou. Você continua engraçado, Oscar.
- Não vai me chamar mais de Scar?
- Claro que vou. Mas preferi te chamar pelo nome mesmo agora.
- Tinha ficado preocupado por 1 momento. Como vão as coisas?
- Boas, muito boas.
- Que bom. O que aconteceu com seu braço?
Ele toca em meu braço direito, seu toque ainda me excita. Estou ficando excitada pelo meu ex? Isso é tão errado. Ele diz:
- Alguém te machucou?
- Não, ninguém. Por que essa pergunta?
Olho para meu braço que ele ainda segura e vejo o hematoma, é meio grande e dói um pouco. Ele diz:
- Foi seu pai?
- Não, ninguém me machucou. Relaxa. Acho que me bati mesmo.
Ele solta meu braço e ainda vejo preocupação em seus olhos. Ele diz:
- Desculpa, foi meio...
O interrompo dizendo:
- Estava só retribuindo toda preocupação que lhe dava, né?
Ele sorri, seu sorriso continua lindo e diz:
- Com certeza.
- Bem... como você está?
- Estou ótimo. Em que ano está?
- Ano? 2024.
Ele ri e digo:
- 2° ano.
- Ainda se acostumando por ser a mais velha da turma?
- Já me acostumei com o julgamento das pessoas e com o fato de ter 18 anos e estar no 2° ano.
- Que bom.
Sorrio e ele diz, com uma expressão séria. Lembro dessa expressão, ele vai me dizer uma coisa importante ou verdadeira demais:
- Sendo sincero, ainda sinto algo por você. Sua voz, seu sorriso, seus olhos ainda mexem comigo.
Meu Deus! Oscar, pare de falar! Eu namoro Atlas, eu o amo. Não faça eu duvidar do meu amor por ele ou se ainda te amo. Não quero isso. Não quero ter que decidir entre meu primeiro amor ou meu amado, meu Atlas. Ele diz após meu silêncio de vários segundos:
- Sei que não quer lembrar do nosso amor do passado, mas eu não consigo mais tirar minha cabeça de você. Não agora, antes conseguia. Antes nem lembrava de você, mas agora... você é tudo que passa em minha cabeça.
Encontro forças para dizer:
- As vezes você passa em minha cabeça, eu assumo isso. Mas porfavor, não fale assim, não fale isso. Não quero relembrar nosso amor antigo, não que não goste doque fizemos juntos, mas namoro agora e não quero duvidar do meu amor pelo meu namorado. Então, porfavor.
- Você namora? Há quanto tempo?
- 2 anos.
Comecei a namorar ele com 16 anos. Com 15 anos, Scar e eu terminamos por causa da distância, foi um termino tranquilo. Foi melhor assim. Para mim e para ele. Digo:
- Escuta, ele é incrível, é o tipo de homem que mereço. Porfavor, deixe eu viver esse amor com ele. Te peço.
Acho que minhas palavras o ativem como facas, mas é a verdade. Ele diz:
- Fico feliz que está feliz e que está bem. Mesmo que não possamos ter nada, posso saber se podemos ser amigos?
- Claro. Passa aqui amanhã e te dou meu número.
- Sim, senhora.
Ele se vira e caminha. Ele vai embora e some de minha visão em exatos 2 minutos. Volto para dentro de casa, tranco a porta da entrada, subo as escadas, entro em meu quarto, fecho a porta do mesmo e me jogo em cima da cama. Fiz tudo devagar, processando a minha conversa com Oscar ou melhor, minha conversa com Scar. Meu Deus! Ainda amo ele? Não quero amá-lo ou dividir meu coração entre Scar e Atlas. Amo o Atlas, amo mesmo. Quero ele para mim e sei que o tenho, não vou deixá-lo. Pelo menos até saber se amo Scar, se não amá-lo, continuarei meu romance com ele, se amar... não! Amo Atlas. Scar é praticamente um fantasma. Não amo Scar, amo Atlas... mas vou tentar ser amiga de Scar, porque ele é uma boa pessoa. Mas admito que quero ver até onde isso vai.
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O Amor Ainda Não Está Morto
RomanceUm romance trágico que te prenderá do início ao fim