[EM ANDAMENTO] Um coelho doméstico deseja a uma estrela cadente que dê a ele um formato humano para que seu dono não se sinta mais tão sozinho tanto no colégio novo quanto em sua vida entediante.
{Taekook 🐾 Vkook 🐇 Kookv}
Cansado de ver o idol mir...
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Atrasado, mais uma vez, seu tempo não era como o de todos os outros — pelo menos não na concepção de sua mãe (e empresária). Taehyung sabia que tinha sido um erro aquela sessão de fotos marcada para tão tarde num dia bem no meio da semana, quando deveria estar nos confortos de sua casa, de preferência tirando o atraso de seus deveres escolares acumulados antes de ter uma noite revigorante de sono, para acordar bem e disposto no dia seguinte.
Como esperava, não foi o que aconteceu. A sessão de fotos terminou tarde, pegaram trânsito na volta, e a única energia que teve, ao chegar, foi para se alimentar, tomar um banho rápido e deitar.
Parecia que não tinha outra saída, sua mãe não o escutava de jeito nenhum, e o prejudicado era sempre ele, que sentia a conformação, a desilusão e o entorpecimento afundarem, gradualmente, a sua percepção sobre a relação entre mãe e filho que eles tinham.
Pensava que poderia mudar o mundo com os seus ideais utópicos e tolos de adolescênte, assim como a sua carreira como jovem influenciador bem o fez acreditar, como poderia? Como poderia mudar o mundo senão conseguia sequer transformar a forma como sua própria mãe o enxergava?
Estava mais do que claro que, para ela, era apenas um produto de mercado, não um filho ao qual amava e dedicava a sua vida inteira a ele. Queria que isso não fosse tão perceptível na convivência.
Com esse pensamento assombrando sua mente durante a madrugada, mal conseguiu pregar os olhos na madrugada passada. Dormiu mal, acordou pior ainda. Ao se arrumar para a escola, não correu para chegar a tempo da primeira aula, assim como fazia na maioria das manhãs, quando desmaiava de sono e perdia completamente o horário marcado no despertador; não tinha necessidade de correr contra o tempo, afinal, era um idol; seus colegas de turma entendiam, a maioria de seus professores entendia, todos entendiam. Todos, menos ele.
Por que não poderia ter uma vida normal?
Chegou na escola com o uniforme bem passado, mas com a gravata frouxa no colarinho e o cabelo todo desgrenhado. Sua expressão apática e, até meio pálida, com olheiras e bocejos aleatórios entre um momento e outro denunciavam a sua noite mal dormida — ou, melhor, a sua vida mal vivida. Sentia saudades dos velhos hábitos; das madrugadas fora de casa, dos cigarros queimando entre seus lábios, dos beijos de Hoseok em seu pescoço, de fugir de si mesmo e de toda a verdade por trás de sua família. Agora, era como se precisasse enfrentar toda aquela merda sozinho.
Sozinho, era como se sentia a maior parte do tempo.
Três batidas. Um aluno abriu a porta da sala e, logo, todos os olhares direcionaram-se para si como holofotes em dias de apresentação. De repente, sentiu aquele nervosismo presente como nos dias de shows, um gosto amargo subiu por toda a sua garganta e invadiu sua boca, secando-a no mesmo instante. Não havia saliva o suficiente para falar naquele momento, então engoliu em seco e deixou com que o professor se pronunciasse primeiro.
