De todas as coisas que Billie já havia feito em sua vida, essa definitivamente era uma das mais corretas, julgada por ela. Seu dedo voltou a pressionar a campainha e no segundo seguinte Eliza abriu a porta.
- Olá! - Eliza recepcionou com um sorriso enorme. - Por favor, entrem. - Ela disse para Billie e seus amigos.
Todos haviam sido convidados para o Natal, afinal quanto mais gente melhor para Eliza. Este seria o primeiro Natal que passaria em sua casa desde que se acidentaram anos atrás. O primeiro Natal que passaria longe do hospital.
- Eu gostaria de agradecer por ter convidado meu amigos. - Billie disse, entrando na casa.
Billie apresentou Jade à Eliza e todos retiraram seus casacos, dando uma boa olhada na casa. Os olhos de Billie prenderam em Isabel, mas ela os desviou rapidamente. Primeiro tinha algo a fazer.
- Podemos conversar um minuto a sós, Eliza?
- Bem.. - A mulher disse arqueando uma sobrancelha. - Claro, me acompanhe até a cozinha. - Pediu. - Vocês fiquem à vontade. Já voltamos.
Billie acompanhou Eliza até o cômodo, sentindo o delicioso cheiro de algumas coisas que já estavam sendo preparadas. A empregada estava cozinhando, porém Billie não se importou com sua presença, afinal a mulher usava fones de ouvido e dançava feito uma louca enquanto cortava algumas batatas.
- Pois não? - Eliza perguntou e Billie suspirou, vendo a mais velha se debruçar sobre o balcão.
- É sobre Isa. - Disse, vendo Eliza piscar ainda calada, esperando por algo a mais.
- O que tem ela? - Perguntou naturalmente.
- Hum, ontem ela.. Digo, isso já veio de antes, desde o assunto das flores. - Eliza franziu o cenho, segurando o riso pelo aparente nervosismo de Billie. - A massagem também foi um sinal, mas talvez nem saiba o que esteja passando.
- Compreendo. - Eliza disse, balançando a cabeça, fazendo Billie gargalhar no momento seguinte.
- Desculpe. Não falei nada coerente, é que eu estou muito nervosa. - Disse, enxugando o suor das mãos na calça jeans.
- Tudo bem, querida. Não se preocupe. - Ela disse com gentileza.
- Eu não sei bem como isso aconteceu, mas eu gosto da sua filha de um jeito mais intenso do que eu creio que deveria. Eu peço perdão por isso, eu realmente não sei como controlar e eu não quero que a senhora pense que eu estou me aproveitando dela, porque eu não estou.
- Gosta dela romanticamente, você quer dizer? - Eliza perguntou e Billie um pouco hesitante assentiu.
- Ontem ela meio que, uhm, me beijou. - Confessou temerosa. - Não foi um beijão, foi um simples esbarrar de lábios, mas eu definitivamente não queria te esconder isso. Se a senhora achar que eu devo me afastar eu entenderei, apesar de realmente querer ficar por perto.
- Eu já sabia sobre o beijo. - Billie disse, vendo Billie a olhar surpresa. - E não quero que se afaste de Isabel, Billie. De onde tirou isso?
- Não sei. Só entendo que ela tem coisas para lidar: A fisioterapia, as aulas, a readaptação com tudo.
- E você faz tudo isso ser mais fácil para ela. - Eliza disse. - Olhe, criança, se você for paciente e não machucar a minha menina, estou mais do que de acordo com isso. - Confessou. - Conversei com Isabel ontem, ela está confusa e acha que está brava com ela. - Compartilhou. - Isso não será fácil, ela ainda é, na maioria das vezes, a Isabel ingênua.
- Eu sei. - Billie disse, ligeiramente mais aliviada. - Eu não pretendo apressar as coisas. Eu sequer sei como agir, para ser sincera. - Confessou envergonhada.
- Que tal agir como sempre, uhm? - Eliza propôs. - Isso realmente soa agradável para todos.
Após a conversa com Eliza, ambas voltaram à sala. Todos estavam sentados no sofá devorando algumas jujubas que Isabel havia oferecido. Os olhos de Billie focaram em Isabel, ela usava um vestido rosa com as bordas pretas rendadas.
- Oi. - Billie disse docemente assim que se aproximou de Isabel. A garota estava ao lado da árvore de Natal com Théo sobre as pernas, na cadeira de rodas.
- O Théo sentiu saudades, Billie. - Isabel disse, vendo Billie sorrir e se abaixar diante dela.
- Só o Théo? - Isabel olhou para os pisca-pisca da árvore de Natal um pouco hesitante.
- A mamãe também. - Billie não resistiu em rir.
- Eu também senti saudades deles. - Disse, apesar de ter passado vinte e quatro horas. - E de você mais ainda. - Os olhos verdes encontraram os azuis e Isabel sentiu seu coração saltar em seu peito.
- Você não ficou brava? - Ela perguntou e Billie negou com a cabeça.
- Não fiquei. - Confessou. - Acho que te devo um pedido de desculpas.
- Por quê?
- Por ter saído daquele jeito ontem e, provavelmente, ter te deixado confusa. Não foi a minha intenção. - Isabel piscou algumas vezes antes de dizer algo.
- Você caiu na neve? - Billie riu e mordeu seu lábio inferior.
- Sim. - Disse, vendo os olhos de Isabel percorrerem seu corpo em busca de algum hematoma. - Não se preocupe, a blusa amorteceu a queda.
- Bill.. - Isabel chamou com o dedo indicador, fazendo Billie se inclinar para que ela pudesse dizer algo em seu ouvido. - Me desculpa?
- Por quê? - Ela perguntou confusa.
- Por ontem. - Confessou acariciando o ursinho em seu colo. - Por tudo. Eu não quero que você vá embora porque eu sou uma boba.
- Você não é boba, Isa. Eu que fui. - Billie disse.
- Você não, Bill. - Isabel disse com veemência. - Eu prometo não fazer de novo. - Os olhos de Billie foram atraídos pela alta risada de Kai, que comia um cachorro quente que uma das empregadas estava servindo enquanto conversava com Eliza e seus amigos.
- Eu gostei do que você fez, Isa. Eu só.. Não estava preparada. - Billie informou, vendo Isabel começar a acariciar sua mão, que estava sobre sua perna.
- Não ficou brava mesmo? Jura de dedinho?
- Juro, princesinha, mas me diz, por que fez aquilo? - Isabel pareceu pensar por alguns milésimos de segundos.
- Não sei, parecia certo. - Disse brincando com os dedos da menor. - Eu gostei, mas você foi embora.
- Prometo nunca mais ir embora assim, tudo bem? - Billie disse, se levantando e deixando um beijo demorado na testa de Isabel.
- Tudo bem. - Disse, tendo o início de um sorriso nascendo em seus lábios. - Bill, adivinha quando dedos tem aqui? - Disse, tampando os olhos de Billie com uma mão estendendo outra com três dedos esticados.
- Humm, deixa eu ver... cinco. - Billie chutou e Isabel retirou sua mão da frente do olho de Billie para que ela pudesse ver.
- Errou! - Disse rindo.
- Não errei não. Tem cinco dedos, dois abaixados e três levantados. Você não especificou. - Isabel entortou a boca e franziu o cenho, parecendo verdadeiramente pensativa.
- Tem razão, não valeu! - Disse, repetindo a situação enquanto Billie ria. Ah! Como ela adorava estar por perto de Isabel.
-
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Em um piscar de olhos. - Billie Eilish x S/N.
RomanceIsabel Green tinha apenas seis anos quando seus pais decidiram tirar as tão famosas férias em família. Iriam para Los Angeles, porém, o destino lhes foi cruel, causando um choque de um caminhão desgovernado contra o carro onde estavam durante o cami...