- Mamãe, eu posso pedir algo de presente de Natal? - Isabel perguntou, fazendo sua mãe lhe fitar.
- Querida, não posso comprar mais nada, já é quase meia noite. - Sua mãe informou enquanto comia.
- Não, mamãe. Não é nada que precise comprar.
- Então diga, querida.
- Posso mostrar meu quarto para a Bill? O Jonathan está aqui hoje, ele pode me levar lá em cima. - Billie, que limpava o canto de sua boca com o guardanapo olhou surpresa para Isabel.
- Eu fiz certo em não comer nada durante o dia. Isso aqui está uma delícia. - Owen mencionou, alheio às pessoas na mesa.
- Já terminaram de comer, uhm? Então sim, querida. Podem ir. - Eliza disse, chamando Jonathan no momento seguinte. - Billie, só se certifique de descerem antes da meia noite para abrirmos os presentes.
- Pode deixar comigo. - Ela disse, vendo Jonathan adentrar a cozinha e começar a empurrar a cadeira de Isabel até a escadaria da sala. A garota se levantou e viu Kai sussurrar algo que a fez enrubescer:
- Tchuneves. - O rapaz sibilou sem que a mãe da garota pudesse ver. Ele ergueu seu corpo, simulando uma investida em alguém e logo tremeu os dedos no ar, como se estivesse masturbando uma mulher.
Billie ignorou a ação estúpida e indecente de seu amigo, até porque sabia que ele estava apenas brincando, e seguiu Isabel e Jonathan, pedindo licença antes de sair da cozinha. O homem embalou Isabel nos braços e a levou escada a cima, a colocando na cadeira de rodas que tinha no piso superior.
- Obrigada, deixa que daqui eu consigo. - Billie disse gentilmente, fazendo o homem assentir e voltar para a sua refeição.
- É na última porta, Bill. - Isabel explicou, apontando para o fim do corredor.
- Sim, senhora. - Billie brincou, rindo.
- É senhorita, Bill. Eu não sou casada. - Isabel disse e Billie riu, chegando ao fim do corredor.
Isabel empurrou com a mão a porta branca e os olhos de Billie se encantaram com o que viram. Haviam pequenas fadas de gesso para todos os lados. Sobre sua cama havia, as que se sustentavam por um pequeno fio de Nylon transparente, dando a sensação de que voavam. O tilintar dos metais pendurados que se esbarravam pelo vento que provinha da janela aberta soou como melodia para Billie. A sensação de que havia entrado no mundo do Peter Pan, no mundo dos sonhos, era bem real.
- O seu quarto é incrível. - Billie comentou completamente hipnotizada com tudo.
- Eu gosto muito de fadas. - Ela confessou, entrelaçando seus dedos com os de Billie quando a maior parou ao seu lado. - Você se parece com elas. - O pescoço da menor, na mesma hora, se virou de encontro com Isabel, surpresa demais ao ouvir aquilo.
- Pareço? - Perguntou, vendo Isabel assentir e puxar seu braço. A menor entendeu o recado e se inclinou, colocando as duas mãos, uma de cada lado, no apoio braça da cadeira de rodas de Isabel.
- Sim. - Isabel disse, levando sua mão aberta até o rosto de Billie e acariciando. - A sua pele é macia igual a delas parece ser. - Disse pondo toda a atenção de seus olhos nos traços de Billie. - E você é fisicamente delicada e meiga igual elas.
- Uau. - Billie sentiu-se completamente lisonjeada.
- E sua voz é suave. - Disse suspirando. - E os seus olhos são cativantes. Você só não tem asinhas, mas eu acho que você cortou elas para enganar todo mundo. - Disse franzindo o cenho. - Sabe mais o que eu acho, Bill? Que você é uma fada disfarçada. - Disse acariciando o rosto de Billie, presa demais à beleza inegável da garota. - E que você apareceu na minha vida e jogou seu pozinho mágico de fada em mim, por isso eu acordei.
- Você acha mesmo isso? - Billie perguntou sorrindo, extremamente encantada com as palavras de Isabel.
- Sim. Você é a minha fada. - Billie riu graciosamente. Isabel a via de uma maneira tão pura e linda que foi impossível não se sentir transbordando emoção.
- Meu coração é fraco demais para aguentar tanto elogio de você. - Billie brincou rindo.
- Bill, me conta uma história de pirata? - Isabel pediu, fazendo dois "O's" com as mãos e as levando aos próprios olhos, como se fosse um binóculo.
- Acho que não conheço nenhuma assim. - Billie disse. - Vem, vou te ajeitar na sua cama para você ficar mais confortável. - Dito isso, fechou a janela, pois estava muito frio e empurrou a cadeira de rodas até a beira da cama. Ela levantou Isabel nos braços, a colocado sobre a cama. A menor se arrastou até o cantinho e franziu o cenho.
- Ops. Eu não deveria querer ouvir histórias. - Disse com a expressão repleta de culpa.
- Tem uma onde Billie é pirata, mas só em uma parte da história.
- Por quê? - Isabel perguntou curiosamente.
- Porque é uma história sobre reencarnações. Se chama "O amor nunca morre" - Explicou, se sentando na cama.
- Deita aqui, Bill. Já falei que gosto de você pertinho. - Isabel disse e Billie sorriu, obedecendo-a. Deixou apenas seus pés para fora da cama e se recostou na cabeceira, tendo Isabel se encostando em seu corpo.
- Melhor assim? - Billie perguntou e viu Isabel assentir.
- Onde você aprendeu tanta história? - Isabel perguntou.
- Eu nunca tive amigos, nunca fui muito sociável, então passava todo o meu tempo estudando ou lendo por hobby.
- Oh! - Isabel expressou. - Bill, a mamãe vai brigar comigo. - Isabel disse, coçando os olhos.
- Por quê?
- Porque eu estou com sono. Não vou aguentar até meia noite. - Disse, bocejando no momento seguinte. Billie se esquivou dela e retirou seus sapatos, fazendo o mesmo consigo.
- Vem aqui. - Billie chamou assim que se deitou de vez na cama. Isabel não hesitou em se aconchegar nos braços da garota, afinal ela adorava estar ali.
- Você vai ficar aqui comigo? - Isabel indagou, fechando os olhos ao sentir o carinho de Billie em seus cabelos.
- Assim que você dormir eu chamo a sua mãe para vestir roupas mais confortáveis em você. - Billie disse.
- Dorme comigo hoje? - Isabel ediu.
- Não sei se devo. - Billie disse verdadeiramente.
- Eu peço para a mamãe como presente de Natal. - Disse, se forçando a manter-se acordada.
- Pensei que já tivesse pedido para eu conhecer o seu quarto. - Billie disse rindo, jamais cessando suas carícias.
- Dormi por quatorze anos, Bill. Tenho mais treze pedidos de Natal. - Isabel disse, fazendo Billie gargalhar.
- Muito bem pensado. - Ela disse suavemente, depositando um beijo na testa de Isabel.
- Você não vai descer para abrir os seus presentes? - Isabel perguntou, se aconchegando melhor sobre o corpo quente de Billie.
- Você não vai descer para abrir os seus presentes? - Isabel perguntou, se aconchegando melhor sobre o corpo quente de Billie.
- Meu melhor presente de Natal é poder passar um tempinho com você. - Sussurrou, sentindo Isabel suspirar sobre si.
- Boa noite. - Isabel sussurrou, totalmente dopada de sono. - Feliz Natal para a minha fada. - Billie sorriu bobamente.
- Boa noite. - Retribuiu. - E feliz Natal para a minha princesinha.
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Em um piscar de olhos. - Billie Eilish x S/N.
RomansaIsabel Green tinha apenas seis anos quando seus pais decidiram tirar as tão famosas férias em família. Iriam para Los Angeles, porém, o destino lhes foi cruel, causando um choque de um caminhão desgovernado contra o carro onde estavam durante o cami...