- Bom dia, Juliette. Vou buscar-te dentro de momentos. Manda-me a tua morada.
- Bom dia Vicente. Estou quase pronta.
Juliette olhava-se ao espelho e gostava muito do que via. O vestido ficou maravilhoso. Exactamente como imaginou. Optou por apanhar o cabelo porque o vestido assim o exigia. Ela própria fez a sua maquilhagem.
Terminou de se arrumar e logo chegava Vicente. Tal como ela pensava, vinha elegantemente vestido.
- Uau! Que gato! Parabéns, estás muito lindo.
- Linda estás tu.
- Gostas do vestido? Fui eu que desenhei.
- Sério? Está muito bonito mesmo. Devias apostar nessa àrea.
- Quem sabe, vamos?
Foram no carro de Vicente, um Porche preto. Juliette não mostrava mas estava muito nervosa.
- Conta lá a verdade sobre este convite.
- O meu ex está lá e eu quero que ele veja que superei.
- Mas não superaste.
- Pois não, mas não quero mostrar.
- Devo agir como teu namorado?
- Não precisamos fingir intimidade. Seremos naturais.
- Depois mostra-me quem é e deixa o resto comigo.
Logo depois chegaram ao estacionamento da capela onde ia decorrer a cerimónia religiosa. Vicente estacionou o carro em frente à capela e Juliette olhou para os convidados que já se encontravam na entrada.
- Olha, é aquele de terno cinza.
- O de barba?
- Sim.
- Que gato! Pena que eu gosto muito do meu Tó.
- Sem chances, Vicente. O Rodolffo é muito hétero.
- Vamos lá dar espectáculo. Deixa eu abrir a tua porta.
A chegada do Porche despertou a curiosidade da maioria dos que estavam na porta da igreja. Todos queriam saber quem chegava.
Vicente ajeitou o terno, contornou o carro, abriu a porta e deu a mão a Juliette para a ajudar a sair.
A seguir ela segurou o seu braço e caminharam em direcção à capela.Juliette e Vicente cumprimentaram todos com um boa tarde e dirigiram-se a um grupo onde estavam alguns dos seus amigos.
- Que elegante, Juliette! Quase não te conhecíamos.
- Como estão. Deixem apresentar-vos o Vicente.
Rodolffo estava com Sérgio um pouco mais afastado. Sérgio tinha ido com a namorada mas esta estava a conversar no outro grupo.
- Conheces o tipo, Sérgio?
- Não. Nunca o vi por estes lados, mas deve ser fino. Viste o carro dele?
- Vi. Ela está tão linda.
- Dói, não é amigo?
- Dói, mas se ela estiver feliz é porque valeu a pena. Olha a diferença entre eu e ele. Bom carro, roupas caras. Ela parece uma princesa.
- Nem sempre isso é sinónimo de felicidade. Vocês tinham pouco e eram felizes até tu te encantares pela Lurdes.
- Se arrependimento matasse...
- É tarde amigo. Ela parece-me bem feliz. Vou lá ter com a minha namorada. Vens?
- Estás doido? Fico por aqui.
Sérgio dirigiu-se ao grupo e abraçou a namorada.
- Olá, Juliette. Como estás?
- Bem, e tu Sérgio? Este é o Vicente.
Vicente, este é meu amigo Sérgio.- Muito gosto, disseram eles.
Vicente fazia questão de estar com o braço sobre os ombros de Juliette enquanto ela conversava com todos.
Juliette uma ou outra vez olhava para o local onde estava Rodolffo. Ele estava sózinho encostado numa das paredes da capela e de cabeça baixa.
- Sérgio. Espero que o Rodolffo não esteja isolado por causa de eu estar aqui. Somos todos adultos e podemos muito bem partilhar o mesmo espaço. Não quero que ninguém seja excluído pela minha presença.
- Não te preocupes. É que ele próprio ultimamente tem-se excluído.
Logo foram chamados para entrar na capela pois o noivo tinha chegado e a noiva já estava a caminho.