Capítulo XIII

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Acompanhante de Juliette!

Vicente levantou-se e acompanhou a enfermeira até ao quarto onde estava Juliette.

Esta estava deitada na cama e lavada em lágrimas.

- Amiga, o que foi?

- Eu perdi o bébé.  Eu não sabia que estava grávida!

- Como grávida?  Como não sabias?

- A médica disse que tinha quase quatro meses de gravidez.  Como eu não sabia?

- E agora, amiga?  O Rodolffo está lá na sala.

- Não quero vê-lo.  A culpa é dele.

- Não,  Juliette.   Se tu não sabias como a culpa é dele?  Não estás a raciocinar.  Ele já chorou ali na sala.

- Que chore.

- Vais ficar internada?

- Sim.  Pelo menos hoje vou ter que cá ficar.  Obrigada, Vicente.  Agora podes ir embora.

- Queres que peça ao Rodolffo para entrar?

- Não.   Prefiro ficar sózinha.

- Vou lá falar com ele.  Fica bem.

Vicente chegou perto de Rodolffo.

- Ainda gostas dela?

- Muito.

- Correndo o risco de perder a amizade dela, vou embora e acho que vocês dois precisam conversar e muito.  Nós não somos namorados e agora ela precisa de muito apoio.
Rodolffo ela sofreu um aborto e de certeza não era meu. Então se gostas mesmo dela, vai à luta e não desistas à primeira dificuldade.

- Ela disse que era meu?

- Não directamente,  mas não tenho dúvidas de que era teu sim.  Eu conheço-a há pouco tempo, mas eu sei que te ama.  Se sentes o mesmo não desperdices a oportunidade.

Marca aí o teu número. Amanhã ligo a saber novidades, agora vai lá enfrentar a fera.

Rodolffo deu um aperto de mão a Vicente e foi ter com Juliette.   Abriu a porta e ela estava de costas para a porta.

Chegou perto dela e chamou-a baixinho.

- O que estás aqui a fazer?  Vai embora que eu não te quero ver.

- O Vicente teve que ir embora, por isso eu vou ficar contigo.

- Não quero olhar para a tua cara.

- Eu sei e não precisas de olhar.  Lamento muito o que aconteceu.

- O Vicente contou-te do bébé?

- Sim.

- Não devia ter contado.  Não tens nada a ver com o assunto.

- Podes ser cruel à vontade. Quem era o pai, pois o Vicente garantiu-me que não era.

- Não te interessa.

- Eu tenho certeza que era meu, mas não vou discutir contigo.  Agora só quero que fiques bem.

Juliette virou-se para o outro lado e não falou mais.  Logo chegou a enfermeira que lhe deu a medicação e de seguida ela adormeceu.

Rodolffo chegou perto da cama e fez-lhe uma festa no rosto juntamente com um beijo.

Sentou-se na poltrona e mandou mensagem a Sérgio, só para sossegar todo o mundo.  Disse que não era nada, mas Juliette precisava passar a noite no hospital.

Delicada MenteOnde histórias criam vida. Descubra agora