Dez dias depois o dinheiro caiu na conta de Juliette que reuniu com o gerente do seu banco para ver a melhor maneira de o aplicar.
Saiu dali e os olhos estavam fixos no cartão dourado na sua mão.
Entrou numa boutique onde costumava passar e olhar a montra e sentiu os olhares de desprezo de duas atendentes que cochichavam entre si.
Veio uma jovem atende-la e ajudou-a a escolher vários modelos.
Trocavam ideias sobre tamanhos e cores. Juliette estava especialmente
atenta ao tipo de tecido pois ia viajar para um País quente.As outras duas desconfiadas estavam à espera que ela fosse embora sem comprar nada. Ficaram de olhos arregalados quando Juliette passou o cartão Gold na máquina e pagou o total 54 mil euros em roupa e acessórios, assim como sapatos.
Deu uma boa gorjeta à menina vendo a inveja das outras duas e ainda foi cutucando: preconceituosas é o que vocês são e saiu carregada de sacolas. Pelo caminho balançava o corpo deslizando sobre a calçada.Os dias seguintes dedicou-os a fazer todo o género de compras para ela exclusivamente. Entrou numa agência de viagens e comprou passagem para Bali. Não sabe porquê, achou graça ao nome e a vendedora da agência super aconselhou o destino.
- Vai gostar. Tem lugares lindíssimos e praias de águas quentes e transparentes. Só é pena por ir sózinha.
- Neste momento eu não quero ninguém na minha vida. Vou viajar, descansar e quando voltar tenho muita gente para ajudar e muitos projectos a realizar.
Juliette já tinha tudo esquematizado.
Os pais, as amigas, a casa, a faculdade... todos os que sempre estiveram com ela teriam direito a um pouco mais de felicidade.Três dias depois embarcava rumo às tão merecidas férias. Estava apreensiva por nunca ter viajado de avião, mas o conforto da classe executiva deixou-a super relaxada.
Olhou à sua volta e só via homens de terno e gravata. Uma ou outra mulher que ela imaginou serem as secretárias, mas a intimidade entre alguns logo a fez pensar errado.
Juliette sabia das acompanhantes de luxo e logo deduziu que poderiam ser estes casos. Ignorou-os até um jovem bem apessoado vir sentar-se perto dela.
- Desculpe, está sózinha?
- Não, estou comigo.
- Ah! Muito engraçada. O meu nome é António Maria, posso fazer-lhe companhia?
- Esteja à vontade. O meu nome é Juliette.
- E a Juliette vai para onde? Desculpe a minha curiosidade.
- Vou para Bali, de férias, durante três semanas. Quer saber mais alguma coisa?
- Perdão. Não era minha intenção aborrecê-la. Vou voltar para o meu assento.
- Eu é que peço desculpa. Fui grossa consigo. Pode ficar se quiser e aceite uma bebida como sinal do meu arrependimento
A aeromoça serviu um whisky a António Maria e um suco a Juliette.
- Suco?
- Sim. Não bebo nada com alcool.
- E faz muito bem. Isto é um veneno. Eu só bebo em ocasiões especiais como esta que estou a ter oportunidade de conhecer uma mulher bonita.
O resto da viagem conversaram sobre vários assuntos. Juliette gostou muito do divertido, António Maria e deram bastantes gargalhadas em conjunto.