Capítulo II

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Dez dias depois o dinheiro caiu na conta de Juliette  que reuniu com o gerente do seu banco para ver a melhor maneira de o aplicar.

Saiu dali e os olhos estavam fixos no cartão dourado na sua mão.

Entrou numa boutique onde costumava passar e olhar a montra e sentiu os olhares de desprezo de duas atendentes que cochichavam entre si.

Veio uma jovem atende-la e ajudou-a a escolher vários modelos.
Trocavam ideias sobre tamanhos e cores.  Juliette estava especialmente
atenta ao tipo de tecido pois ia viajar para um País quente.

As outras duas desconfiadas estavam à espera que ela fosse embora sem comprar nada.  Ficaram de olhos arregalados quando Juliette passou o cartão Gold na máquina e pagou o total 54 mil euros em roupa e acessórios, assim como sapatos.
Deu uma boa gorjeta à menina vendo a inveja das outras duas e ainda foi cutucando:  preconceituosas é o que vocês são e saiu carregada de sacolas.  Pelo caminho balançava o corpo deslizando sobre a calçada.

Os dias seguintes dedicou-os a fazer todo o género de compras para ela exclusivamente.  Entrou numa agência de viagens e comprou passagem para Bali.  Não sabe porquê,  achou graça ao nome e a vendedora da agência super aconselhou o destino.

- Vai gostar.  Tem lugares lindíssimos e praias de águas quentes e transparentes.  Só é pena por ir sózinha.

- Neste momento eu não quero ninguém na minha vida.  Vou viajar, descansar e quando voltar tenho muita gente para ajudar e muitos projectos a realizar.

Juliette já tinha tudo esquematizado.
Os pais, as amigas, a casa, a faculdade...  todos os que sempre estiveram com ela teriam direito a um pouco mais de felicidade.

Três dias depois embarcava rumo às tão merecidas férias.  Estava apreensiva por nunca ter viajado de avião,  mas o conforto da classe executiva deixou-a super relaxada.

Olhou à sua volta e só via homens de terno e gravata.  Uma ou outra mulher que ela imaginou serem as secretárias, mas a intimidade entre alguns logo a fez pensar errado.

Juliette sabia das acompanhantes de luxo e logo deduziu que poderiam ser estes casos.  Ignorou-os até um jovem bem apessoado vir sentar-se perto dela.

- Desculpe, está sózinha?

- Não,  estou comigo.

- Ah!  Muito engraçada.  O meu nome é António Maria, posso fazer-lhe companhia?

- Esteja à vontade.  O meu nome é Juliette.

- E a Juliette vai para onde?  Desculpe a minha curiosidade.

- Vou para Bali, de férias, durante três semanas.  Quer saber mais alguma coisa?

- Perdão.  Não era minha intenção aborrecê-la.  Vou voltar para o meu assento.

- Eu é que peço desculpa.   Fui grossa consigo.   Pode ficar se quiser e aceite uma bebida como sinal do meu arrependimento

A aeromoça serviu um whisky a António Maria e um suco a Juliette.

- Suco?

- Sim.  Não bebo nada com alcool.

- E faz muito bem.  Isto é um veneno.  Eu só bebo em ocasiões especiais como esta que estou a ter oportunidade de conhecer uma mulher bonita.

O resto da viagem conversaram sobre vários assuntos.  Juliette gostou muito do divertido, António Maria e deram bastantes gargalhadas em conjunto.

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