Lúcia agiu estranho o dia todo.
Antes era toda sorridente e falante, agora está quieta no seu canto, sem falar com ninguém, um olhar triste e zangado no rosto. Sinto que algo aconteceu e não aguento ver Lúcia desse jeito.Os Pevencie decidiram sair pra jogar Golf, então aproveito esse momento pra falar com Lúcia. Me sento ao lado dela, apoiando as costas na árvore, a vendo ler um livro.
- Faz quanto tempo que você descobriu aquele lugar?- pergunto, a vendo virar a folha da página devagar.
- Que lugar?
- Que outro lugar nós achamos?- ela me olha e depois para seus irmãos jogando Golf.
- Foi um dia antes de você acordar. Nós estávamos brincando de esconde-esconde e eu fui me esconder no guarda-roupa. Eu passei horas lá, mas quando voltei Pedro ainda estava contando, como se o tempo estivesse parado.
- O tempo lá é diferente do daqui.- murmuro e ela me olha, tentando entender o que digo.- Lúcia, porque está tão cabisbaixa?
Ela volta seu olhar pro livro e escuto Pedro reclamar com Edmundo.
- Ontem a noite, quando eu fui contar pra Pedro e Susana sobre o guarda-roupa, eles não acreditaram. E, quando eu disse que Edmundo também foi.... ele... ele negou.
- O que? Porque?- ela funga olhando pra baixo e faço carinho em seu cabelo.
- Ele disse "Sabe como são essas crianças hoje em dia. Nunca sabem quando é hora de parar de fingir."
- Que filho da puta!- digo alto e os Pevencie que jogavam se viram pra nós.
- Diana! Olha a boca!- repreende Susana e murmuro um "desculpa".
- Não liga pra esse Edimundo idiota e fedorento! Ele não sabe o que fala! Garotos são babacas, não perca seu tempo com eles.- digo e vejo um sorriso pequeno se formar no canto de seu rosto.
- Está pronto?- Pedro diz e observamos quando o mesmo joga a bola e Edmundo rebate.
Só não esperávamos ver a bola indo direto pra janela da sala, atravessando a mesma e deixando um buraco no vidro. Lúcia observa a cena com um sorriso no rosto, a boca um pouco aberta e eu não estou diferente.
Corremos rápido pra dentro, indo direto pra sala e vendo uma armadura de cavaleiro esparramada no chão.
- Você tá ferrado.- digo e Edmundo me olha carrancudo, mas de repente ouvimos passos e nos olhamos desesperados.
- Srt. Maconagal!- diz Pedro e saímos correndo pelo corredor, tentando fugir dos passos.
Mas a cada lugar que íamos, os passos surgiam de outra direção, nos fazendo correr pro outro lado. Tem passagens secretas pela mansão e eu não tô sabendo?
No final, paramos na frente da porta do quarto do guarda-roupa. Lúcia entra e Edmundo corre pro guarda-roupa, abrindo a porta e nos olhando.
- Entrem!!- diz, apontando pra dentro do mesmo.
- Você só pode estar brincando.- diz Susana e os passos aumentam, nos fazendo correr pra dentro do guarda-roupa.
Desesperados, pisamos nos pés um dos outros e nos empurramos dentro do armário.
- Ai! Você pisou no meu pé!- Susana reclama.
- E você pisou no meu!- retruca Pedro.
- Parem de me empurrar!- reclama Lúcia e sinto algo puxar meu cabelo.
- Ai! Para de puxar meu cabelo!- reclamo na direção de onde senti a dor, encarando o escuro brava.
- Então para de me beliscar!- retruca Edmundo e fico ainda mais brava por ser ele.
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As Crônicas de Nárnia
FantasyOs pais de Diana morreram durante a guerra, na sua frente, mas ela não pôde fazer nada. Então, foi levada para a mansão de seu avô depois de muito tempo. Lá, ela conhece 4 irmãos que estão se abrigando da guerra também. Durante uma tarde jogando ba...