Capítulo 12

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Aslam sobe na ponta do penhasco, a guerra acontecendo logo abaixo e então ruge mais uma vez, anunciando a chegada dos reforços. A chegada da esperança.

Vejo Pedro ao lado da Feiticeira Branca. Eles olham chocados para Aslam, afinal, ele deveria estar morto. Mas então meu olhar se vai para um corpo pequeno no chão com armadura, sangrando um pouco.

Sinto meu coração parar por um momento.
Tudo fica em câmera lenta e então volto a realidade com Lúcia me chamando.

- Vamos Diana!- diz sorrindo, provavelmente não viu o corpo de Edmundo. Mas eu vi.

Sinto falta de ar, não consigo me mexer.
Não fiquei assim antes quando Edmundo foi aprisionado. Fiquei aflita, pensando se ele ainda estava vivo. Se estava bem.

Mas agora, o vejo no campo de batalha sangrando, sem se mexer. Como se estivesse....

Respiro fundo negando com a cabeça e guardando as lâminas nas minhas costas. Ele não está morto. Não pode estar! Eu disse que se ele morresse eu o mataria!

- DIANA!!- ouço uma voz familiar me chamar e vejo Black a minha frente, o olhar extasiado, a boca suja de sangue e ofegante.

- Black! Eu...

- Eu sei! Suba!- me interrompe e assim o faço.

De alguma forma ela sabe pra onde quero ir, pois sai em disparada em direção de Edmundo. É como se estivesse sentindo o mesmo que eu.

Aquele Cabeça de bacalhau!! Edmundo Idiota! Idiota mil vezes!!

Black ruge entrando na batalha, abrindo caminho e eu vou acertando cada inimigo que passa com minhas lâminas. Estamos chegando perto quando somos arremessadas com tudo pro lado.

Caio no chão e guspo sague na grama, me levantando, pego minhas espadas. Vejo Black atacar um centauro preto gigante e uma criatura grande com um bico vir em minha direção. Ela não tem nenhum pelo, mas é forte como um touro.

Ela grasna pra mim e tenta me arranhar com suas enormes unhas. Resmungo sentindo minhas bochechas arderem e me viro a tempo de a ver atacar novamente. Me levanto dando um giro e cortando seu braço fora em seguida, mas continuo a girar cortando sua cabeça com a outra espada. Seu corpo cai no chão, seu sangue verde e repulsivo manchando a terra.

- Ninguém me arranha.- digo afobada e vejo Black ainda lutar com o centauro.

Olho pra direção em que a luta de Pedro e a feiticeira branca acontece e volto meu olhar pra Black.

"VÁ!"

"Black, eu não vou...."

"EU DISSE...VÁ!"

A vejo abocanhar as pernas do centauro e o estracalhar em seguida, mais selvagem do que nunca. Saio correndo pra outro direção, a adrenalina precorrendo por todo o meu corpo.

Por que estou tão preocupada? É só o Edmundo. Meu amigo. É, por isso. Edmundo é meu amigo e eu me preocupo com meus amigos. Então porque não estou preocupada com Pedro?

Por que Pedro sabe se cuidar! É óbvio! É claro. É isso! Pedro não está ferido no chão. Pedro está bem. Mas Edmundo...

Paro abruptamente quando vejo um ciclope na minha frente. Ele corta um fauno ao meio, a parte de cima de seu corpo caindo pro lado junto com a outra.

Ele me olha e sorri. Percebo não ter dentes, mas muitos músculos. E é o triplo do meu tamanho.

- Ah, qual é...

De repente ele arregala os olhos e sua cabeça cai para o lado, rolando pelo chão, os olhos abertos. Depois metade de seu corpo cai pro mesmo lado revelando Lilith com dois machados nas mãos.

As Crônicas de NárniaOnde histórias criam vida. Descubra agora