Eu sou do meu amado e ele é meu

Capítulo 1 - O nascimento de Giovanna e de Mateus

Era um dia chuvoso, mas o Sol não deixava de brilhar. Minha mãe estava prestes a entrar naquela sala de cirurgia para que fizessem meu parto. Enquanto nós aguardávamos em um quarto, na cama ao lado, minha mãe conversava com alguém. Era uma amiga que ela acabara de fazer. Ela também estava prestes a ter seu bebê, um menino! O nome dele? O nome dele era Mateus! Que nome lindo, fiquei encantada com esse nome. Mamãe estava nervosa, mas muito feliz com minha chegada. Ah! E ansiosa também! Ela esperou 15 anos para me ter. Os médicos diziam que ela era estéril. Eu nem sei o que é isso, mas sei que eles diziam que ela não poderia ter bebê. Sei disso porque a ouvi contando este caso para muitas pessoas.

—  Pi, pi, pi! Doutor venha! Ela está tendo fortes contrações! Vamos! Ela precisa ir agora para o centro cirúrgico! Chegou a hora!

Oh, não! Estou me sentindo estranha! O que será que está acontecendo lá fora? Parece que estão me puxando! Ai! Minha orelha, cuidado! Ai meu cabelinho! Está doendo! Solta a minha cabeça! Ufa! Mas que coisa, o que será que queriam fazer comigo? Tirar-me de dentro da mamãe? Não quero! Ela é minha! Se bem que, gostaria de saber como é o mundo lá fora. Deve ser interessante. Aqui dentro não escuto as coisas muito bem e tudo é escuro.
Tudo é preto! Mamãe sempre diz que comprou roupinha rosa para mim, mas não sei o que é rosa. Deve ser de comer!
— Suzana, vamos ter que te dar a anestesia! Aguenta firme!
— Doutor, está na hora!
— Vamos lá Giovanna, está na hora de sair daí!
Giovanna sou eu! Porque querem me tirar daqui? Eu não quero! Socorro!
— Um, dois, três... Respira fundo, expira... Força! Está quase lá!
— Ahhhhhhhhhhhhhhh!
— Nhé, nhé, nhé!
— Acabou, mamãe! Está aqui sua princesinha linda!

O NASCIMENTO DE MATEUS

E
ra um dia ensolarado, mas ouvia-se o barulho da “chuva”– não sei quem era chuva. Mamãe estava angustiada, com medo e dizendo que não queria ter conhecido meu pai. Ela estava com muita dor e não queria nem pensar em entrar naquela sala de cirurgia. Papai tentava acalmá-la, mas ela o mandava para a Galiléia. Onde será que fica Galiléia? Será que um dia vou conhecer esse lugar? Na cama ao lado estava uma amiga da mamãe. Acho que é Suzana o nome dela. Ela também tinha um bebê– ou melhor, uma bebêia. Digo uma bebêia porque ela era uma princesinha chamada Giovanna. – Pelo menos era o que eu sempre ouvia mamãe dizer – Giovanna é um nome bonito! Se um dia eu sair daqui e também for um pai igual meu papai quero ter uma mãe como a mamãe e com esse nome, Giovanna.
— Vamos lá, mamãe? Já está na hora!
— Dá tempo de abortar? É mais fácil eu tomar um chá natural e abortar esse infeliz! Aiiiiiiiiii! Que dor é essa? É uma contração ou uma amostra grátis da morte?
— Ha, ha, ha! Eu sei que é difícil Lorena! Mas a senhora já é uma mulher madura e sabe que, mesmo dolorido, esse é o momento mais lindo na vida de um ser humano. O dia que Deus preparou para a chegada de mais uma vida ao mundo, que ele criou, e para fazer aquilo que Ele planejou. E Deus tem planos maravilhosos para seu filho. Deus tem uma obra linda na vida dele e uma história sobrenatural! – Disse a enfermeira, na tentativa de acalmá-la.
— Enfermeira!
— Sim, Doutor!
— Prepare o centro cirúrgico! Vamos fazer esse parto agora! Ainda tenho mais um parto para fazer, o de dona Suzana, e ela já está com fortes contrações!
— Sim senhor!
— Enfermeira, aplique a anestesia, por favor!
— Pronto, Lorena!  Seu príncipe quase nem chorou!